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EUA realizam o primeiro transplante de útero de doadora viva

O feito inédito no país pode significar uma esperança para milhares de mulheres

Por Da redação
5 out 2016, 15h47

Em feito inédito, quatro mulheres americanas receberam transplantes de útero de dadoras vivas. Os procedimentos foram realizados no Centro Médico da Universidade Baylor, nos Estados Unidos, entre os dias 14 e 22 de setembro. Infelizmente, três úteros transplantados precisaram ser removidos após testes apontarem que os órgãos não estavam recebendo fluxo sanguíneo. Em uma das pacientes a cirurgia mostrou-se bem sucedida até agora. Essa é a primeira vez que são realizados transplantes de útero de doadoras vivas nos Estados Unidos.

Para Giuliano Testa, principal cirurgião dos procedimentos, apesar dos resultados serem considerados decepcionantes, eles já mostram um grande progresso. “Se você olhar isso da perspectiva da ciência, é algo com o que aprenderemos muito, além de termos uma paciente que está indo bem. Esse é o início uma grande história para a medicina.”, disse à Time.

Estima-se que em três meses as mulheres que precisaram tirar os úteros poderão voltar às suas atividades normais. Caso o transplante bem sucedido não dê nenhum problema, a paciente poderá engravidar a partir de uma fertilização in vitro (FIV) a partir de seis a 12 meses da operação. A FIV é necessária pois, apesar do procedimento, os ovários das mulheres não estão conectados a seus úteros, o que impede uma gestação natural. Como todos os transplantes de órgãos exigem que os destinatários tomem potentes medicamentos anti-rejeição, normalmente, o útero é removido depois das mulheres terem dois filhos.

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A equipe cirúrgica, que pretende fazer mais seis transplantes esse ano, está revisando os três casos que resultaram em explante e acreditam que os valiosos aprendizados resultarão em novas recomendações para alterar os protocolos atuais na gestão do operatório e pós-operatório de transplante de útero com atenção específica para a espessura das veias uterinas.

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“Você não pode descartar o desejo de uma mulher ter uma gravidez normal, carregar seu próprio filho e dar à luz. Isso faz parte da natureza humana.”, afirma o médico. 

Todas as pacientes transplantadas têm entre 20 e 35 anos e  nasceram sem útero devido a uma condição chamada síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH). Já as doadoras, com idade entre 35 e 60 anos, são todas mulheres altruístas que se ofereceram para doar os úteros.

Testa conta que 50 mulheres ofereceram voluntariamente seus órgãos. “Estou totalmente surpreso com isso. Elas nos disseram: ‘Nós tivemos a chance de nos tornarmos mães e agora temos esse útero que não está fazendo nada para nós. Nós podemos colocá-lo em outras pessoas que precisam. Isso realmente me tocou. Essas mulheres são fenomenais.”, contou.

Participaram da equipe cirúrgica, além dos médicos do Centro Baylor, dois especialistas suecos do Hospital da Universidade Sahlgrenska em Gothenburg, na Suécia. O país é pioneiro no transplante de útero a partir de doadores vivos e tem boa taxa de sucesso: cinco de nove pacientes transplantadas deram à luz bebês saudáveis e uma paciente está grávida pela segunda vez.

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