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Stephen Hawking diz que buracos negros não existem

Físico inglês, um dos criadores da teoria moderna sobre buracos negros, agora diz que o fenômeno precisa ser redefinido

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h14 - Publicado em 29 jan 2014, 20h51

O físico inglês Stephen Hawking afirmou que os buracos negros não existem – pelo menos da maneira como eles são descritos. A declaração está em um curto artigo publicado há uma semana no arxiv.org, uma plataforma online da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, em que cientistas compartilham artigos antes de sua publicação oficial. Nele, Hawking, um dos criadores da teoria moderna a respeito, contesta a existência das fronteiras do buraco negro, chamadas horizonte de evento ou ponto de não-retorno. Trata-se do limite além do qual nada, nem a luz, escaparia.

No artigo, que dá continuidade a uma palestra feita por ele em agosto do ano passado no Instituto Kavli de Física Teórica, nos Estados Unidos, o físico propõe que, em vez de horizonte de evento exista um horizonte aparente. Esse seria um lugar que, temporariamente, seguraria matéria e energia e teria a possibilidade de liberá-las em um estado diferente – caótico, distorcido e desarrumado. Assim, em vez de dragar a energia como um horizonte de evento, como prevê a teoria vigente, o horizonte aparente poderia transformar as partículas.

“A falta de horizonte de evento significa que não existem buracos negros – no sentido de regimes do qual a luz não pode escapar para o infinito”, afirma o físico em seu artigo. “Há, no entanto, horizontes aparentes que persistem por um período de tempo.”

Enigma da física – De acordo com a teoria clássica, não há como fugir de um buraco negro. Mas os princípios da teoria quântica permitem que energia e informação escapem dele. Há alguns anos, Hawking combinou efeitos quânticos e teoria da relatividade e demonstrou que os buracos negros são capazes de emitir radiações sutis. Esse se tornou um enigma para os físicos.

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Há quase dois anos, cientistas do Instituto Kavli, o mesmo onde Stephen Hawking deu sua palestra no ano passado, tentaram abordar a questão por meio de uma pergunta: o que aconteceria a um astronauta que tivesse a falta de sorte de cair em um buraco negro? De acordo com as regras da teoria da relatividade, depois de passar pelo horizonte de evento, ele seria sugado para o centro denso do buraco. No entanto, analisando os detalhes da situação, os cientistas descobriram que, pelas leis da mecânica quântica, que rege partículas em escalas menores como elétrons, a situação seria outra. O horizonte de evento seria transformado em uma região altamente energética, batizada de firewall, que iria dissolver o astronauta em seus elementos fundamentais.

O horizonte aparente proposto por Hawking seria uma terceira via, em que as leis da relatividade e da mecânica quântica se mantêm intactas. Nesse lugar, capaz de segurar matéria e liberá-la de maneira bagunçada, o enigma seria resolvido. “O objeto caótico em colapso irá irradiar de forma determinística, porém caótica. Será como a previsão do tempo na Terra. Ela é determinada, mas caótica, então há perda efetiva de informação. Não é possível prever o clima com mais de alguns dias de antecedência”, conclui o físico.

O artigo, que não apresenta cálculos ou maneiras de provar a nova teoria – que Hawking admite precisar de explicações mais completas -, leva o título de “Preservação de informações e previsão do tempo para buracos negros.” É uma brincadeira do físico com a dificuldade de previsão do tempo na Terra, que ele compara à questão das fronteiras matemáticas dos buracos negros.

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