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Laboratório de Nicolelis registra atividade de 2.000 neurônios em funcionamento

Foi a primeira vez que foi registrada a atividade elétrica de mais de 1.000 neurônios em funcionamento. Quanto mais neurônios, maior a precisão de próteses e aparelhos robóticos que podem substituir membros amputados ou ajudar pessoas paralisadas a voltar a andar

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h24 - Publicado em 17 dez 2012, 20h39

O laboratório do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis na Universidade Duke, na Carolina do Norte (Estados Unidos), anunciou um avanço em direção ao projeto Walk Again, que prevê a criação de uma veste robótica para fazer um tetraplégico voltar a andar.

A Universidade revelou nesta sexta-feira que a equipe do laboratório conseguiu pela primeira vez registrar a atividade elétrica simultânea de 1.847 neurônios do cérebro de um macaco rhesus em funcionamento. “É empolgante para nós gravarmos quase 2.000 neurônios em apenas uma sessão de gravação”, afirmou Mikhail Lebedev, pesquisador no laboratório de Nicolelis. “Em um passado não muito distante, nós éramos capazes de gravar de um a dois neurônios por vez, e levariam vários anos para coletar a quantidade de dados que agora gravamos em uma única tarde.”

A gravação da atividade dos neurônios é essencial para aprimorar a tecnologia da veste robótica. “A precisão dos aparelhos neuroprostéticos para ajudar pessoas paralisadas melhora sensivelmente conforme aumenta o número de neurônios gravados. Para obter uma alta performance desses aparelhos em termos de liberdade de movimentos precisamos gravar milhares de neurônios”, disse Nicolelis.

Já existem aparelhos que ajudam pessoas paralisadas a andar, mas o grande problema é a falta de resposta para o usuário. O ato de andar não depende apenas de mover as pernas, mas de sentir o solo, seu formato e a força com que se está pisando. A máquina projetada por Nicolelis é baseada em uma interface cérebro-máquina-cérebro (ICMC), que capta a atividade elétrica dos neurônios, a decodifica, a remete para artefatos robóticos e, depois, de volta para o cérebro por meio de sinais visuais, táteis ou elétricos. Na prática, as ICMCs transformam os pensamentos em comandos digitais que as máquinas podem entender e depois envia impulsos de volta para o cérebro, em tempo real.

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O projeto Walk Again é feito em parceria com Gordon Cheng, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. Se tudo correr dentro do esperado, Nicolelis pretende estrear a veste no jogo inaugural da Copa de 2014, no Brasil, fazendo um tetraplégico dar o pontapé inicial da partida.

“Apagão” – O feito da equipe de Nicolelis foi divulgado pela Universidade Duke na sexta-feira, dois dias antes da publicação de uma extensa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, neste domingo. A reportagem apontou um “apagão científico” no Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), que desde julho de 2011 não teria publicado nenhum artigo científico novo. A data coincide com o racha no Instituto, quando parte dos pesquisadores deixou Nicolelis e fundou o Instituto do Cérebro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Pelo Twitter, Miguel Nicolelis disse que vai apresentar nesta terça-feira uma lista com 24 trabalhos, seis deles feitos no IINN-ELS.

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