Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça condena delegado Protógenes a três anos de prisão

Mas a pena foi substituída por restrição de direitos e prestação de serviços

Por Da Redação
10 nov 2010, 07h08

A Justiça Federal condenou o delegado Protógenes Queiroz a três anos e quatro meses de prisão pelos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual. De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, a pena foi substituída pela prestação de serviços comunitários e restrições de direitos – Protógenes fica proibido de exercer mandato eletivo, cargo, função ou atividade pública. O juiz determinou, ainda, que ele preste serviços à comunidade em um hospital publico ou particular, “preferencialmente no atendimento a queimados”.

A defesa do delegado ainda pode recorrer da decisão judicial, tomada com base na postura de Protógenes na condução da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. A operação investigou crimes financeiros que seriam cometidos por um grupo comandado por Daniel Dantas, do Banco Opportunity, mas acabou servindo de fachada para o funcionamento de uma máquina ilegal de espionagem. Durante um ano e meio, os agentes a mando de Protógenes vigiaram e grampearam, além do banqueiro, deputados, senadores, juízes, advogados e jornalistas – na maioria das vezes, de maneira ilegal. Ao final, o delegado produziu um relatório que se presta a ajustes de contas pessoais, políticas e empresariais.

Pelo fato de as autoridades terem usado o aparelho estatal de forma ilegítima e lançado uma série de acusações mal fundamentadas e formuladas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu todas as ações da Operação Satiagraha, inclusive a condenação de Dantas a dez anos de prisão por corrupção ativa e multa de 12 milhões de reais.

Protógenes, porém, utilizou os resultados da Satiagraha na campanha eleitoral deste ano, em que concorreu pelo PC do B a deputado federal. Embora não tenha conseguido votos o suficiente para se eleger, acabou garantindo sua vaga na Câmara pegando carona na votação recorde obtida pelo palhaço Tiririca (PR-SP). Durante a campanha, o delegado tentou passar uma imagem de “xerife” na luta do bem contra o mal.

Continua após a publicidade

O juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, destaca em sua sentença que Protógenes efetuou “práticas de monitoramento clandestino, mais apropriadas a um regime de exceção, que revelaram situações de ilegalidade patente”. O magistrado ainda afirma que o caso de Protógenes “não representa apenas uma investigação de crimes comuns previstos no Código Penal, representa precipuamente a apuração de um método, próprio de polícia secreta, empreendido sob a égide da Constituição, mas à margem das mais comezinhas regras do Estado democrático de Direito.”

Acervo Digital VEJA: As operações da PF de maior impacto ao país

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.