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Ganeses usam Copa para pedir refúgio e ficar no Brasil

Africanos aproveitaram passagens promocionais para o Brasil por causa da Copa para imigrar em busca de emprego na cidade gaúcha

Por Mariana Zylberkan
10 jul 2014, 10h36

A seleção de Gana foi eliminada da Copa do Mundo ainda na primeira fase, mas 216 africanos que deixaram o país alegando que acompanhariam o Mundial de futebol se instalaram na cidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, município que nos últimos dois anos tem atraído imigrantes haitianos, senegaleses e ganeses para trabalhar em abatedourosde aves.

De acordo com a Polícia Federal, desde a última quinta-feira, cerca de quarenta pedidos de refúgio foram recebidos por dia na delegacia de Caxias. Os ganeses alegam perseguição religiosa para pedir refúgio: muçulmanos, dizem sofrer ameaças em seu país, de maioria católica. Após protocolar o pedido na PF, eles podem permanecer no Brasil por um ano até a decisão do Ministério da Justiça sobre o pedido de refúgio.

Todos eles entraram no país com visto de turista, concedido com base na Lei Geral da Copa – permite a permanência no país por noventa dias. Segundo a freira Maria do Carmo dos Santos Gonçalves, que ajuda na organização do abrigo no Seminário Nossa Senhora Aparecida, nenhum africano tinha ingresso para as partidas da Copa do Mundo. “Vieram para trabalhar mesmo, alguns chegaram com a roupa do corpo”, diz ela.

A porta de entrada no país foram os aeroportos de São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Natal (RN), este último o único destino de voos diretos do país africano para o Brasil. Os demais fizeram conexões em aeroportos da África do Sul, do Marrocos e dos Emirados Árabes até desembarcar no Brasil. Das capitais, seguiram de ônibus até Caxias.

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Os imigrantes têm sido alojados em uma quadra de esportes do seminário, que recebeu doações de colchões e cobertores. Na segunda-feira, o local chegou a abrigar setenta ganeses.

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Caxias do Sul tem sido destino de imigrantes haitianos, senegaleses e ganeses pela oferta de trabalho em abatedouros de aves. Neste ano, a cidade registrou 603 pedidos de refúgio no Brasil, mas a estimativa do município é que até 3.000 imigrantes africanos e haitianos estejam trabalhando na informalidade.

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