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Parceiro de doleiro, André Vargas reassume mandato

Juiz responsável pela Operação Lava-Jato aponta indícios de que o deputado cometeu os crimes de corrupção passiva e tráfico de influência

Por Laryssa Borges e Adriana Pereira, de Brasília
14 Maio 2014, 15h09

Alvo de um processo de cassação, o deputado André Vargas (PR) retomará nesta quarta-feira o mandato após o afastamento do cargo no início de abril. O retorno à Câmara ocorre um dia depois de a Justiça determinar o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) de documentos sobre a estreita relação do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato. Para o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava-Jato, há indícios de que Vargas cometeu crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e advocacia administrativa.

No dia 4 de abril, Vargas havia pedido licença por sessenta dias sob a alegação de que precisava de tempo para se defender das acusações de que havia colocado seu mandato à disposição do doleiro. Na semana seguinte, anunciou que renunciaria ao cargo eletivo, mas acabou desistindo. No período de licença, Vargas não manteve o salário de deputado, de cerca de 26.700 reais, nem benefícios, como verbas de gabinete.

Um dos principais defensores dos condenados no julgamento do mensalão, o deputado começou a cair em desgraça após a revelação de que ele e sua família utilizaram um jatinho de Youssef para passar as férias de fim de ano em João Pessoa (PB). Na sequência, a situação de Vargas se agravou após reportagem de VEJA revelar novos detalhes de sua ligação com o doleiro, preso por comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Youssef, a quem Vargas chamava de “irmão”, mantinha contato constante com o congressista: segundo as investigações da PF, os dois trabalhavam para enriquecer juntos fraudando contratos com o governo federal. Mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal evidenciaram que Vargas exercia seu poder para cobrar compromissos de Youssef.

As investigações da PF mostraram ainda desdobramentos que respingaram na candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Conforme mensagens de celular interceptadas pelos policiais, Vargas articulava para ajudar o doleiro a obter um contrato com o Ministério da Saúde. Em setembro do ano passado, por exemplo, técnicos do Ministério da Saúde foram destacados para certificar o laboratório farmacêutico Labogen Química Fina e Biotecnologia, de propriedade do doleiro. A ajuda foi materializada em um contrato inicial de 30 milhões de reais firmado com a pasta.

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