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A puberdade vem mais cedo. E a infância fica mais curta

Fenômeno da antecipação do desenvolvimento das crianças é observado pela ciência. E, segundo especialistas, é caminho sem volta

Por Nathalia Goulart
1 out 2010, 21h29

A puberdade está chegando mais cedo, segundo a ciência. Se antes as mudanças no corpo e no comportamento típicas dessa fase ocorriam por volta dos 13 anos, hoje as transformações começam em torno dos 9 para as meninas e dos 10 para os meninos, antes mesmo da chegada da adolescência.

Pesquisas sobre o assunto não faltam. Estudo publicado recentemente mostra que as meninas são mais propensas agora a desenvolver seios e a menstruar entre os 7 e 8 anos de idade. A pesquisa é apenas a mais nova de uma enxurrada de relatórios que elevaram o acalorado debate sobre o ritmo acelerado de desenvolvimento infantil.

A puberdade é o período do desenvolvimento em que acontecem mudanças biológicas, fisiológicas e psicológicas. O indivíduo se torna mais maduro e com capacidade para se reproduzir. Nesse período, glândulas desencadeiam a produção de hormônios sexuais. As consequências no corpo se tornam evidente: as meninas ganham formas mais arredondadas, os seios e o quadril aumentam e os pêlos pubianos surgem. Nos meninos, a voz engrossa, os ombros e o tronco se alargam e o esqueleto se alonga.

A antecipação desse período tem sido registrada nos periódicos médicos e também é constatada por profissionais da área. “Há cerca de uma década, as meninas menstruavam aos 13,7 anos, em média. Hoje, essa idade caiu para 12,6 anos. E a tendência é que nos próximos anos esse estatística caia ainda mais”, conta Felisbela Soares de Holanda, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As razões para esse fenômeno são diversas. Entre elas, está a alimentação, mais rica em gordura, maior exposição à radiação solar e o stress da vida urbana, que afetam diretamente as crianças. Os estímulos aos quais são expostas influenciam o amadurecimento precoce. A erotização, por sua vez, também é alimentada por filmes, telenovelas e pela publicidade.

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Para Ângelo Monesi, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade, a aceleração da puberdade é um caminho sem volta na vida de nossas crianças. “Sem dúvida, a infância está mais curta, a adolescência, antecipada”, diz Moneni. “As crianças são exigidas para a vida adulta cada vez mais cedo.”

As consequências, é claro, cobraram seu preço. Além das implicações médicas que o turbilhão de hormônios pode trazer, a vida pode ser mais complicada para os garotos que têm a mente de uma criança, mas o corpo e comportamento de um adolescente. Eles podem não estar prontos para lidar com os avanços sexuais ou controlar suas próprias emoções e impulsos enriquecidos pelos hormônios e estímulos.

O desempenho escolar também exige cuidados. “A precocidade da puberdade pode trazer a diminuição das competências intelectuais”, explica Silvana Martani, psicóloga e autora do livro Manual Teen. “Qualquer aspecto precoce produz um déficit de rendimento. O corpo está num processo e a mente, em outro. A precocidade pode trazer consigo um décifit maior de atenção, de concentração, das habilidades de reter conhecimento e realizar tarefas escolares.” Os pais e professores devem estar atentos.

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