O fantasma do ônibus 174 ainda paira no ar
Durante quatro horas e meia, o drama dos 11 reféns foi acompanhado ao vivo por todo o país pela TV
Um dos episódios mais dramáticos da crônica policial do Rio de Janeiro aconteceu no dia 12 de junho de 2000, quando o ônibus 174, da linha Gávea-Central, foi sequestrado pelo assaltante Sandro do Nascimento. Durante quatro horas e meia, o drama dos 11 reféns foi acompanhado ao vivo por todo o país pela TV.
Cercado por policiais, Sandro ironizava a situação e escrevia ameaças nos vidros do veículo. Num gesto de desespero, chegou a ordenar que alguns reféns deitassem no chão do ônibus, atirando ao redor deles, para assustá-los.
Depois de negociações comandadas por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Sandro deixou o ônibus com um revólver calibre 38 apontado para a cabeça da professora Geisa Gonçalves. Um soldado do Bope tentou balear o sequestrador, que reagiu, matando a professora.
O assaltante foi levado em um carro da Polícia Militar aparentemente sem ferimentos, mas chegou morto à delegacia, com indícios de estrangulamento. Os policias apontados como responsáveis pela morte do rapaz disseram que agiram em legítima defesa e foram absolvidos.
O filme – Dirigido por José Padilha e Felipe Lacerda, o documentário “174”, lançado em 2002, contou a história de Sandro, um jovem sobrevivente da chacina da Candelária. A produção ganhou prêmios internacionais, além de menção honrosa no Festival Sundance, nos Estados Unidos.
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