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‘Real Beleza’ vai além do nu frontal de Adriana Esteves

Filme sobre fotógrafo em busca de modelo propõe discussão sobre o belo e reúne no mesmo set a atriz e o marido, Vladimir Brichta, após mais de 10 anos

Por Henrique Castro
8 ago 2015, 13h28

Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal de Adriana Esteves.

A trama gira em torno de João (Brichta), que chega ao Rio Grande do Sul atrás de meninas que possam trabalhar como modelo com ele em São Paulo. A busca pelo interior gaúcho não dá muito resultado no início, e é logo nessas primeiras cenas que se dá a partida para essa discussão em torno do belo. O personagem parece estar em crise com o próprio padrão de beleza, e começa a remodelar seus conceitos. Quando reclama por não ter encontrado quem procurava, seu assistente Wilson (Thiago Prade) pergunta se ele não achou nenhuma das meninas bonitas. “Bonitas são todas, mas nenhuma tem o que eu procuro.”

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Quando a busca finalmente dá resultado, Maria (Vitória Strada), a escolhida, apesar de sonhar com a carreira de modelo, recusa o convite. Ela é menor de idade e acredita que seu pai (Francisco Cuoco), Pedro, não a deixaria assinar contrato. João, no entanto, não desiste e decide ir até a casa da garota para falar com seu pai, a trinta quilômetros de onde estão – outra pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. As locações, aliás, passam muito do clima do filme. Os ambientes, tranquilos e cheios de verde, são apropriados para a estética reflexiva do longa.

Quando o personagem de Brichta chega ao local, Maria e Pedro não estão: a menina foi acompanhar o pai, que precisava realizar exames em uma cidade maior da região. Quem o fotógrafo encontra é a mãe da garota, Anita (Adriana Esteves). É nela que João parece encontrar a beleza que procurava, e ele se apaixona. Os personagens vivem então um romance, enquanto o marido e a filha de Anita estão fora. Nesse ínterim, ocorre a cena de nu frontal de Adriana Esteves, praticamente uma raridade no cinema nacional – apesar dos 53 anos que separam Real Beleza de Os Cafajestes, em que Norma Bengell inaugurou o nu total no cinema brasileiro.

Brichta e Adriana, casados na vida real, atuam juntos, coisa que não acontecia desde a novela Kubanacan, em 2004 – e pela primeira vez no cinema. Ambos os atores rasgam elogios um ao outro e destacam a evolução dos dois na carreira profissional nesse tempo. “É curioso ver depois de dez anos como cada um de nós se transformou como ator, porque como indivíduo a gente sabe”, diz Brichta.

Quando Pedro volta para a casa com a filha, entra no roteiro outro elemento para discutir a beleza: o homem é cego. Amante de literatura, ele passou a contar com a mulher para apreciar as obras das quais é fã. “O fato de ele ser cego justifica dramaticamente a presença de Anita e a não ruptura do casal, porque ela se torna a leitora dele”, opina Brichta. “O curioso de ter uma pessoa cega no filme é que a beleza é muito associada à visão, mas a beleza pode ser ouvida, sentida. E é isso que esse personagem se propõe a mostrar. Acho que o nome do filme é bastante sugestivo, qual é a real beleza?”, completa Adriana.

A relação do pai, cego, com o fotógrafo, com quem sua mulher o traiu, e que tenta persuadir a assinar o contrato da filha, acaba se tornando o clímax do longa. A partir das conversas entre os dois, o diretor questiona o que é a beleza e qual a importância que cada tipo do belo tem. Mesmo sem ver, o belo continua fazendo parte da vida de Pedro e isso é o que o filme busca com o personagem. “Ele perde a visão, mas continua percebendo a beleza. Eu fiquei muito interessado nas várias maneiras de se enxergar a beleza através do clima, da percepção”, diz Cuoco, que deu vida ao patriarca.

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Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema nacional, o drama romântico. Vitória Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria. E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se poderia esperar.

‘Tropa de Elite 2’

Sequência de Tropa de Elite, que causou furor em 2007, o longa estrelado por Wagner Moura e dirigido por José Padilha foi lançado em outubro de 2010 com um grande esquema de segurança para evitar vazamento e pirataria e arrastou mais de 11,1 milhões de espectadores aos cinemas. A produção policial se tornou não só a líder em bilheteria entre os longas da retomada, mas também derrubou do topo do ranking geral do cinema brasileiro o clássico Dona Flor e seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, que teve 10,7 milhões de ingressos vendidos. 

https://youtube.com/watch?v=qF77lmF8-CU

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‘Se Eu Fosse Você 2’

Dirigido por Daniel Filho, o filme cômico é continuação de Se Eu Fosse Você (2006), outro sucesso de público. Na trama, o casal Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires) trocam pela segunda vez de corpos durante uma crise no casamento. A produção fez 6,1 milhões de espectadores em 2009. 

‘2 Filhos de Francisco: a História de Zezé Di Camargo e Luciano’

A cinebiografia dirigida por Breno Silveira acompanha a trajetória da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, do começo difícil, em meio à pobreza da zona rural de Goiás, até o estrelato. A produção foi lançada em agosto de 2005 e levou 5,3 milhões de espectadores aos cinemas. 

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‘De Pernas pro Ar 2’

Assim como no primeiro filme da franquia, de 2010, Alice (Ingrid Guimarães) quase perde o marido por ser viciada em trabalho. Na trama, ela passa um tempo em uma clínica para tratar do estresse. Depois, a empresária leva a família a Nova York com o pretexto de tirar férias, mas na verdade tem reuniões do trabalho marcadas na cidade americana. Dirigida por Roberto Santucci, a comédia da produtora carioca Morena Filmes foi lançada em dezembro de 2012 e fez 4,8 milhões em público. 

‘Carandiru’

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Dirigido por Hector Babenco, o filme de 2003 é baseado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, no qual ele conta as suas experiências como médico do antigo presídio paulista, nos anos 1980. O roteiro vai até o massacre ocorrido em 1992. O drama vendeu mais 4,6 milhões de ingressos. 

‘Minha Mãe É uma Peça’

Lançada em junho de 2013, a comédia Minha Mãe É uma Peça, dirigida por André Pellenz, conquistou 4,6 milhões de espectadores ao mostrar a rotina de Dona Hermínia, uma mãe dedicada, interpretada pelo humorista Paulo Gustavo. Hiperativa e sem filtros, a personagem é inspirada na mãe do ator, que primeiro a levou para os palcos de teatro, em um espetáculo bem-sucedido em bilheteria.  

‘Nosso Lar’

O drama espírita, baseado no livro de mesmo nome de Chico Xavier, acompanha a trajetória pós-morte de André Luiz (Renato Prieto), que passa pelo purgatório e depois vai à cidade sobrenatural de Nosso Lar.  Dirigido por Wagner de Assis, a produção foi lançada em setembro de 2010 e levou 4 milhões de espectadores aos cinemas. 

‘Até que a Sorte nos Separe 2’

Dirigido por Roberto Santucci, o filme narra a nova aventura financeira de Tino (Leandro Hassum), que no primeiro longa ganha 100 milhões de reais na loteria e torra tudo em futilidades. Na sequência, o personagem, que está pobre, ganha uma nova bolada oriunda de uma herança. Ele vai com a família para Las Vegas onde, novamente, gasta tudo, e, pior, fica devendo para a máfia mexicana. O longa lançado em dezembro de 2013 fez 3,9 milhões de espectadores. 

‘Se Eu Fosse Você’

O primeiro filme da série estrelada por Tony Ramos e Glória Pires mostra a primeira vez em que o casal passa por uma mudança de corpos, culpa de um alinhamento raro entre os planetas. A comédia de Daniel Filho foi lançada em janeiro de 2006 e fez 3,6 milhões de espectadores. 

‘De Pernas pro Ar’

Com Ingrid Guimarães, o filme, lançado em dezembro de 2010, narra a história de uma mulher que vive para o trabalho e entra em crise no casamento. Ao conhecer a dona de um sexshop, ela descobre um novo filão de negócios e também uma maneira de melhorar a sua vida sexual. A produção dirigida por  Roberto Santucci fez 3,5 milhões de pagantes. 

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