Morreu nesta sexta-feira, aos 83 anos, o médico americano Jack Kevorkian, mais conhecido como o “doutor Morte“. Kervokian chamou a atenção do mundo por sua defesa do suicídio assistido. Nos anos 90, o médico ajudou 130 pessoas a colocarem fim às próprias vidas por meio de uma máquina chamada Tanatron, criada por ele. Kervokian estava internado há duas semanas com problemas no coração e nos rins.
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De acordo com o advogado do médico, Mayer Morganroth, Kervokian teria morrido após uma trombose pulmonar. A causa oficial da morte, no entanto, ainda não foi divulgada.
Afeito aos holofotes, o “doutor Morte” ajudou centenas de pacientes terminais a dar cabo da vida e enfrentou com audácia processos na Justiça, saindo sempre incólume. Até que, em 1999, foi condenado à prisão por cruzar uma linha perigosa: submeteu um paciente à eutanásia e mostrou tudo em um vídeo exibido em cadeia nacional de TV. Kervokian foi libertado em 2007, já com 80 anos.
Doutor Morte – Com o auxílio de sua máquina, Kevorkian proporcionava a seus pacientes uma morte rápida, indolor e limpa, graças a doses altíssimas de anestésicos, de relaxantes musculares e potássio. A válvula por onde escoavam os medicamentos letais era aberta pelos próprios pacientes. Kevorkian funcionava apenas como o idealizador da operação. A vida do médico, porém, complicou-se após a morte de Thomas Youk, em 1999. Diferentemente dos casos anteriores, desta vez foi o próprio doutor Kevorkian quem introduziu as agulhas e injetou os venenos no organismo do paciente – tudo gravado em um vídeo, exibido pela rede de televisão CBS.
A história do “doutor Morte” foi transformada em um filme, protagonizado por Al Pacino. Indicado a quinze prêmios Emmy, You Don´t Know Jack (2010) conta a história de Kevorkian em busca do reconhecimento do suicídio assistido de pacientes terminais, sua luta contra os dogmas da sociedade e sua prisão.