
Morreu nesta segunda-feira a italiana Eluana Englaro, de 38 anos, que há 17 estava em estado vegetativo. A informação foi confimada pelo ministro italiano da Saúde, Maurizio Sacconi. A alimentação dela foi suspensa na última sexta-feira, dando início ao procedimento de eutanásia a que Eluana foi submetida.
A italiana sofreu um acidente de trânsito em 1992 e desde então permanecia em coma. Em novembro do ano passado, seus pais obtiveram na Justiça, em última instância, uma autorização para deixar a filha morrer. A sentença, no entanto, foi ameaçada por um projeto de lei proposto pelo premiê italiano, Silvio Berlusconi, que começaria a ser votado no Senado ainda nesta segunda.
O caso provocou uma polêmica sobre a eutanásia na Itália e abriu uma crise entre o premiê e o presidente Giorgio Napolitano. Na semana passada, porém, uma clínica particular aceitou receber a mulher e executar o procedimento.
Napolitano se opôs ao decreto de Berlusconi para não contradizer a sentença de novembro de 2008 do Tribunal de Cassação, principal instância jurídica da Itália. A decisão autorizou a interrupção da alimentação e da hidratação de Eluana, como pedia o pai dela, Beppino Englaro, há dez anos.
Mais cedo, em entrevista publicada pelo jornal Corriere della Sera, o neurologista responsável pelo acompanhamento do caso, Carlo Alberto Defanti, afirmou que a morte de Eluana deveria ocorrer entre 12 e 14 dias após o desligamento dos aparelhos.
Segundo a agência italiana de notícias Ansa, o pai de Eluana já se pronunciou sobre a morte da filha. “Sim, ela nos deixou, disse Beppino Englaro. “Mas não quero dizer nada. Só quero ficar sozinho.”