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Como a Amazônia foi salva

O biólogo americano Thomas Lovejoy passou meio século na Floresta Amazônica e, agora, em um artigo exclusivo para VEJA, ilustrado por um mapa completo da região, narra a epopeia da ciência para provar que a biodiversidade, termo que ele cunhou, é a verdadeira riqueza da maior floresta tropical do mundo

Por Thomas Lovejoy
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h00 - Publicado em 16 out 2015, 21h36

É difícil acreditar, mas até pouco mais de trinta anos atrás a Amazônia era vista, predominantemente, como um território inóspito a ser desbravado. Era chamada de “inferno verde”. A floresta impenetrável tinha, no imaginário popular, o papel de uma implacável e vingativa guardiã do ouro, do diamante, da madeira de lei e de outras tantas riquezas cobiçadas por aventureiros. O governo brasileiro queria vê-la “integrada ao território nacional” – ou seja, protegida dos invasores estrangeiros, cortada por estradas em cujas margens deveriam surgir grandes cidades. A presença humana na Amazônia, incentivada por programas oficiais de colonização, seguia à risca o lema de Simón Bolívar: “Se a natureza for contra nós, seremos contra a natureza”.

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Hoje essa visão predadora da natureza está soterrada por toneladas de dados científicos, pela pressão internacional e pelo bom-senso dos governantes. Não se pode contar a história de como a Amazônia foi salva da ignorância e da cobiça humana sem que nela apareça Thomas Lovejoy, o biólogo americano que, como especialista em pássaros do Instituto Smithsonian, de Washington, desembarcou na selva brasileira em 1965. Ele tinha 23 anos e entendeu rapidamente que a grande riqueza da Amazônia é sua “diversidade biológica”, expressão que ele próprio cunhou para descrever a exuberância de vida do bioma tropical hoje celebrado como o mais rico do planeta.

Quando Lovejoy conheceu a Amazônia, as queimadas tinham destruído 0,5% da cobertura vegetal. Atualmente esse número está estacionado em 15%. Então, por que comemorar? Porque, sem o trabalho de Lovejoy e de outros tantos pesquisadores brasileiros e estrangeiros competentes e dedicados, a Amazônia seria hoje um pavoroso e árido deserto – em alguns pontos, talvez, coberto de uma monovegetação oportunista e hostil a outras formas de vida. A seguir, o artigo que Thomas Lovejoy escreveu a pedido de VEJA e o mapa em que culmina seu meio século de pesquisas na região. O mapa acaba de ser lançado como encarte da revista americana National Geographic, cuja edição brasileira chega às bancas na próxima semana.

O esplêndido mapa da Amazônia, recém-lançado pela National Geographic, é o primeiro levantamento cartográfico exaustivo da região a ser publicado em décadas. Ele mostra uma Amazônia muito diversa daquela que conheci, meio século atrás, ao desembarcar pela primeira vez em Belém do Pará.

Em 1965, visitar a Amazônia significava deixar completamente para trás o restante do Brasil – e do mundo. As comunicações eram precárias. Uma ligação telefônica para o Sul do país exigia que a pessoa fosse à companhia telefônica e agendasse a chamada. Em casos de maior urgência, o meio preferido de contato era o telegrama. As cartas quase sempre demoravam três semanas para chegar ao destinatário.

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O motivo da minha estada era colaborar com o Instituto Evandro Chagas e o Museu Goeldi em pesquisas sobre aves e vírus transmitidos por artrópodes, realizadas nas matas de um instituto de pesquisa agrícola (então chamado de Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Norte – Ipean), na periferia da cidade. Essa introdução minha à Amazônia ocorreu sob os auspícios de Philip S. Humphrey, do Instituto Smithsonian, e com o patrocínio da Fundação Rockefeller. Eu era o único aluno de graduação em ornitologia a fazer pesquisas na Amazônia brasileira. Não voltei a pensar nem a pisar naqueles trechos de floresta durante uma estada posterior em Belém, de 1967 a 1969.

Naquele tempo, o desmatamento da Amazônia era estimado em apenas 0,5% (quase todo nos arredores de Belém e às margens da pequena ferrovia de Bragança). Havia uma única estrada de rodagem, a Belém-Brasília. As pessoas se surpreendiam com a colonização espontânea ao longo da estrada, prenúncio do amplo desmatamento que em geral acompanha a abertura de estradas na Amazônia (e em outras regiões de floresta tropical úmida). Havia apenas uma área indígena demarcada (o Xingu). E só um parque nacional (o Canaima, na Venezuela). A floresta estendia-se a perder de vista, atrain­do-me com os seus tesouros desconhecidos e à espera de ser revelados.

Arte – o desmatamento na Amazônia nos últimos 50 anos ()

Já então existiam planos ambiciosos, dos quais um dos mais notáveis era a Rodovia Transamazônica, que acabou sendo concluída apenas em parte. Em seguida, o abrangente Projeto Radam, que visava ao mapeamento de toda a Amazônia, assim como de outras regiões brasileiras. Foi um dos helicópteros do projeto, ao pousar num afloramento rochoso no meio do mato, que descobriu uma jazida de minério de ferro de alta qualidade, capaz de suprir a demanda mundial por dois séculos: Carajás. Mil quilômetros quadrados de floresta foram adquiridos pela Volkswagen a fim de ser queimados e transformados em pastos para a criação de gado.

Em 1972, escrevi um artigo profético que seria publicado no ano seguinte: “Transamazônica: o caminho para a extinção?”. Naquele momento, os limites do Parque Nacional da Amazônia foram praticamente definidos com régua e compasso sobre um mapa pelas autoridades brasileiras. E o Peru inaugurou o Parque Nacional de Manú, à época o maior desse tipo no mundo.

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Em 1973, o Brasil criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), cujo primeiro secretário foi Paulo Nogueira Neto (que ocuparia esse cargo até 1985). Comecei, nessa ocasião, a trabalhar para a então minúscula organização não governamental World Wildlife Fund. O doutor Paulo, como me habituei a chamá-lo, e eu acabaríamos realizando muita coisa juntos. Ao receberem em 1981 o prêmio de conservação J. Paul Getty, Paulo Nogueira Neto e Maria Tereza Jorge Pádua reconheceram que isso era algo “excelente para o Brasil”.

A pesquisa científica era, então, uma das melhores maneiras de contribuir para um futuro melhor na Amazônia. Em Belém havia o venerável Museu Goeldi, com as mais abrangentes coleções de história natural da biodiversidade amazônica. Em seu auge sob a liderança de Warwick Kerr, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) prosperava em uma Manaus cuja economia era revigorada pela instalação da Zona Franca. Em consequência, o Amazonas experimentaria um desmatamento relativamente pequeno comparado ao dos estados vizinhos. Mais tarde, no governo de Eduardo Braga, implementou-se o programa da Zona Franca Verde, visando à sustentabilidade urbana como elemento indispensável para uma Amazônia sustentável. E a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) tinha como objetivo difundir esse programa por todo o estado.

O Inpa tornou-se parceiro importante do Projeto Flora Amazônica, voltado para o estudo botânico da região, sob a liderança de Ghillean Prance e de especialistas brasileiros, como João Murça Pires. No campo da ecologia de água doce, o Inpa mantém há tempos uma produtiva colaboração com o Instituto Max Planck. Michael Goulding realizou pesquisas inovadoras sobre os peixes amazônicos, incluindo os que dependem das florestas inundadas na época das cheias. Philip Fearnside lá chegou como jovem doutor, dedican­do-se ao entendimento das questões da sustentabilidade na Amazônia.

Mais tarde, outro diretor do Inpa, Enéas Salati, rompeu o dogma de que a vegetação não passava de mera consequência do clima e não exercia sobre este nenhuma influência. De modo inequívoco, ele demonstrou que a Amazônia produz metade das suas precipitações por meio da reciclagem da água – pela transpiração das folhas e evaporação – até cinco vezes conforme o ar se move do Atlântico para os Andes.

No Peru, pesquisas ecológicas relevantes estavam sendo feitas no Parque Manú, e a Venezuela mantinha um ativo instituto de pesquisa em San Carlos. Até o fim da década de 70, tive condições para dar início ao programa dos fragmentos de mata Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, em conjunto com o Inpa, ao norte de Manaus, graças a muitos colaboradores e a incontáveis alunos de graduação.

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Enquanto isso, ganhavam força as modalidades destrutivas de desenvolvimento. A enorme represa de Tucuruí, no Pará, foi alvo de muitos protestos internacionais, e acabou sendo inundada sem a retirada das árvores. A de Balbina cobria uma área bem maior ao norte de Manaus, mas era tão constrangedoramente rasa que a cerimônia de inauguração teve de ser cancelada. Em meados da década de 80, o Banco Mundial financiou um projeto rodoviário em Rondônia que, embora bem planejado, teve execução catastrófica. E o seu plano de ocupação ordenada (com áreas de cultivo que aproveitavam a rica terra preta, com a demarcação das terras indígenas e com a criação de parques e reservas naturais) foi inviabilizado pela colonização improvisada.

Ainda que também alvo de pressões diversas, o vizinho Acre beneficiou-se da existência de muitas forças tradicionais, sobretudo os seringueiros. Mas uma consequência foi trágica: o assassinato de Chico Mendes, o líder dos seringueiros, em 22 de dezembro de 1988. A jornalista Marlise Simons reconheceu de imediato a importância desse evento, e o artigo que escreveu para o New York Times foi estampado na primeira página da edição de 24 de dezembro.

Esse artigo, por sua vez, alterou o contexto da viagem de uma comissão do Congresso americano, a Congressional Delegation (Codel), planejada para janeiro de 1989. Liderada pelo senador Timothy Wirth, do Colorado – e incluindo John Heinz, da Pensilvânia, e Al Gore, do Tennessee -, a comissão tinha como objetivo definir o modo pelo qual os Estados Unidos poderiam ajudar a conter o desmatamento desenfreado. O lendário editor Ben Bradlee, do jornal Washington Post, e eu estávamos entre os membros não oficiais da comitiva.

No Itamaraty, fomos recebidos pelo diplomata graduado Paulo Tarso Flecha de Lima, a quem, dois anos antes, eu ajudara a se atualizar no âmbito das questões ambientais. Isso levou à criação de um departamento no Itamaraty dedicado ao meio ambiente e aos direitos humanos. Bem mais tarde, em 2011, Paulo Tarso comentaria que a visita da nossa delegação o levou a recomendar que o Brasil sediasse a Cúpula da Terra, a Eco-92, que teve lugar no Rio de Janeiro. Portanto, a morte de Chico Mendes e a viagem dos congressistas americanos marcaram um ponto de inflexão em mais de um aspecto.

Os 25 anos subsequentes testemunharam tanto avanços notáveis e ininterruptos quanto impactos cada vez maiores sobre a floresta. O Brasil criou um tipo completamente novo de área protegida, a “reserva extrativista”, para contemplar atividades como as dos seringueiros. E, para administrar as áreas protegidas no país, criou-se o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No fim da década de 80, a Coordinadoria de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica (Coica), liderada pelo indígena peruano Evaristo Nugkuag e representando os povos indígenas da Bacia Amazônica, pediu-me que organizasse para estes um encontro em Washington com entidades da sociedade civil dedicadas a temas amazônicos; depois, eles passaram a participar diretamente do diálogo e a colaborar com ONGs como a Amazon Conservation Team.

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O presidente Virgilio Barco, da Colômbia, que governou o país de 1986 a 1990, em parte inspirado por fotos realizadas por Martín von Hildebrand, reservou nada menos que metade da Amazônia colombiana para as populações indígenas. E, em 1988, a nova Constituição brasileira proporcionou um fundamento jurídico para a demarcação das terras indígenas. Em 1990, na reunião de cúpula do G7 em Houston, no Texas, a ameaça às florestas úmidas brasileiras foi um dos temas de discussão, e resultou em um programa-piloto para a preservação da floresta, o PPG-7, gerido pelo Banco Mundial. Sendo esse banco uma instituição multilateral, não havia motivos para temer o desrespeito à soberania nacional e, graças aos recursos fornecidos pela Alemanha ao PPG-7, tornou-se possível financiar os extraordinários esforços para demarcar as áreas indígenas, que se estendem por 27% da Amazônia brasileira.

Mesmo com a ocorrência desses e de outros avanços positivos, as pressões sobre a Amazônia cresceram de modo descomunal, sobretudo as desencadeadas pela pecuária e pelo cultivo da soja. Com isso, surgiu o chamado “arco do desmatamento”, desde Rondônia a oeste, passando pelo sul da Amazônia e, depois, subindo por uma faixa de 300 quilômetros de largura ao longo do trajeto da Belém­-Brasília. Um tanto visionário, o código florestal exigia a manutenção de 80% da cobertura de mata nas propriedades rurais, mas a sua implementação e vigilância se mostraram precárias, na melhor das hipóteses. A criação do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) deve-se ao empenho das ONGs brasileiras no sentido mais desejável de garantir a preservação. O Instituto Socioambiental (ISA) passou a rastrear as mudanças – boas e ruins – em toda a Amazônia, e não só em território brasileiro. Outra importante iniciativa para a região andino-amazônica foi promovida pela Moore Foundation. Mas as rodovias transoceânicas e a desenfreada mineração ilegal de ouro no oeste da Amazônia ainda hoje impulsionam um lamentável processo de “desenvolvimento” desordenado.

Desde o momento em que se constatou a existência do ciclo hidrológico, surgiu uma questão implícita, relativa à quantidade de desmatamento que poderia afetar de modo negativo esse ciclo e até mesmo destruí-lo. Uma resposta tornou-se mais urgente quando um modelo de simulação climática do Hadley Center sugeriu a possibilidade de um colapso no ecossistema da Amazônia devido ao ressecamento do clima nas áreas sul e leste da região. Em aplicações subsequentes do modelo climático, esse resultado acabou não se confirmando, mas ficou claro que as queimadas produziram um impacto no ressecamento. Em 2005, a Amazônia foi atingida por uma ameaçadora seca de proporções históricas; e outra seca ainda pior se seguiu em 2010, indicando que o limiar do colapso da Floresta Amazônica talvez esteja próximo dos atuais 15% de desmatamento. Pode ser que nunca saibamos com exatidão onde está esse ponto, mas o melhor para todos é que não tenhamos de desco­bri-lo na prática, quando tiver sido ultrapassado.

No lado positivo, à medida que se aproximava a passagem do milênio, a mais ampla iniciativa de conservação da história – o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) – foi articulada pelo governo brasileiro, pelo Banco Mundial e pelo World Wildlife Fund. Disso resultou a criação de novas áreas protegidas, como a de Tumucumaque, em 2002, então o maior parque com mata tropical do planeta. Na segunda etapa do Arpa, houve a criação de um fundo fiduciário para viabilizar o manejo das áreas protegidas. Atualmente, 51% de toda a Amazônia está em áreas de proteção estrita ou consiste em terras indígenas – algo inimaginável meio século atrás.

Com a ampliação do sistema de áreas protegidas, ocorreram iniciativas notáveis no setor privado. Em Camisea, na Amazônia peruana, as empresas de petróleo e gás adotaram um novo modelo de exploração, conhecido como “offshore-inland”, que depois seria aproveitado em Urucu, na Amazônia brasileira. Trata-se de um modelo no qual não são construídas estradas permanentes, e as tubulações que transportam o gás ou o petróleo ficam enterradas no solo da mata recuperada.

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Em 2008, o governo equatoriano se propôs a deixar inexploradas as lendárias reservas de Yasuni, mas mudou de ideia em 2014. Seria ótimo se o Equador adotasse o modelo offshore-inland, pois a pesquisa sobre os fragmentos de floresta mostra que as estradas têm impacto significativo mesmo não havendo pressão colonizadora. A mina de bauxita em Juruti, no Pará, é um exemplo de sustentabilidade a longo prazo (embora, claro, ainda seja uma experiência em andamento). Importantes compradores de produtos básicos já se comprometeram a não adquirir soja produzida em terrenos recém-desmatados. E o mesmo fizeram indústrias de processamento de carne em relação aos rebanhos bovinos.

Como ocorre com todos os mapas, também o novo mapa da Amazônia reflete bem essa história, incluindo tanto os seus aspectos “bons” como os “ruins”. Na realidade, ele apresenta um argumento eloquente em favor do planejamento e do manejo integrados, assim como o ciclo hidrológico proporciona razões para o manejo da Amazônia como um sistema único. Isso é bom para a Amazônia, mas não só para a Amazônia, pois as correntes de umidade afetam outras regiões por meio dos “rios voadores”. E as metas de reflorestamento recentemente anunciadas podem ajudar a reforçar a margem de segurança – na prática, tornando mais distante aquele limiar, para além do qual tem início o colapso da floresta.

Uma abordagem integrada do desenvolvimento permitiria ver de outra perspectiva as novas ameaças, como uma ferrovia transcontinental, ou favoreceria os projetos capazes de evitar a tão destrutiva ocupação espontânea. A linha de transmissão de eletricidade que, por 1 800 quilômetros, interliga Tucuruí a Macapá e Manaus é uma maravilha da engenharia; ela se eleva tão acima da floresta que nem sequer há necessidade de manter o terreno subjacente desimpedido. A floresta deve ser deixada em paz para que possa se regenerar, e os eventuais reparos na linha podem ser realizados por equipes transportadas por helicópteros – a economia, em termos financeiros e ecológicos, seria substancial.

Um desafio maior resulta do fato de a Amazônia estender-se por oito países. Por um breve período, sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, o Tratado de Cooperação Amazônica estava ativamente empenhado em um esforço colaborativo em prol da sustentabilidade. Agora chegou o momento de renovar esse empenho. Pela primeira vez na história, Brasil, Peru e Colômbia têm um projeto amazônico conjunto na agenda do Fundo Global para o Meio Ambiente. As novas condições de paz na Colômbia são uma oportunidade para experimentos de desenvolvimento sustentável em menor escala; e certamente haverá lições importantes – esperamos que todas exemplares – a ser aprendidas nessa direção.

Além do ciclo hidrológico e do imperativo de considerar a região como um sistema, a maior promessa da Amazônia, para todos os países que a abrigam, é a sua extraordinária biodiversidade. Esta já proporcionou à humanidade um dos medicamentos mais eficazes para o controle da pressão arterial, assim como um relaxante muscular em uso nas cirurgias abdominais. E isso mal dá ideia do que há na superfície, que precisa ser mais estudada. Considere-se, ainda, que cada espécie é um conjunto de soluções para uma vastidão de problemas biológicos. A variedade é fascinante, riquíssima. Enten­dê-la pode ser crucial para o avanço das ciências biológicas. Não se trata apenas de um exercício intelectual estimulante, mas de benefícios diretos incalculáveis.

Aí está o meu sonho para o futuro – para os próximos cinquenta anos e além. Esse maravilhoso mapa não é só um momento – um instantâneo -, mas também uma rota para o futuro.

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