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Linha do tempo da guerra na Ucrânia: relembre o que aconteceu em um ano

Os principais eventos que ocorreram durante a montanha-russa dos 12 meses desde o início do conflito

Por Mafe Firpo
Atualizado em 24 fev 2023, 16h43 - Publicado em 24 fev 2023, 16h43

Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou o que ele descreveu como “operação militar especial” ordenando milhares de soldados russos a invadirem a Ucrânia. Assim, começou a guerra na Ucrânia, o maior conflito bélico desde a Segundo Guerra Mundial, que apesar de fazer um ano nesta sexta-feira, 24, não tem previsão para acabar.

Fevereiro

Quando os confrontos começaram, Putin esperava uma vitória rápido. Quando as forças russas marcharam para a capital do país, Kiev, no entanto, foram forçadas a recuar pela resistência ucraniana. Naquele ponto, os países vizinhos da União Europeia começaram a abrir as fronteiras para milhares de civis fugindo dos confrontos, gerando filas quilométricas em postos de fronteira.

Em resposta à invasão, as nações ocidentais impuseram, quase imediatamente, um amplo pacote de sanções contra Moscou, incluindo a interrupção de transações com o banco central da Rússia, fim dos investimentos e congelamento dos ativos de líderes políticos e empresários russos.

Março

Já no primeiro mês de guerra, cerca de 441 civis ucranianos foram mortos. Posteriormente, as Nações Unidas suspeitaram de assassinatos em um subúrbio de Kiev, Bucha, e uma investigação classificou o incidente como um crime de guerra.

Após a forte resistência das forças ucranianas, a Rússia se viu obrigada a reduzir seus objetivos e mudou o foco para a região de Donbas, onde separatistas apoiados por Moscou iniciaram uma rebelião em 2014.

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O conflito começou a agravar a crise global de alimentos, e a Ucrânia anunciou uma proibição ampla de exportações agrícolas. Após as limitações, os preços globais dos alimentos atingiram um recorde em março.

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Abril

Já no mês seguinte, um ataque com mísseis em uma estação de trem em Kramatorsk matou dezenas de civis, inclusive mulheres, crianças e idosos, que estavam tentando fugir dos combates.

“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, eles estão cinicamente destruindo a população civil”, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na ocasião

No final de abril, a Rússia sofreu um golpe simbólico quando o carro-chefe de sua frota do Mar Negro, o Moskva, foi afundado por mísseis ucranianos. Em seguida, o número de pessoas que fugiram do país, segundo as Nações Unidas, ultrapassou o marco de 5 milhões, e a agência de refugiados afirmou que o conflito causou a maior crise de refugiados na Europa no século 21.

Maio

A Finlândia e a Suécia, países que sempre foram conhecidos por sua neutralidade, se candidataram para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A inscrição rompeu com a tradição de não-alinhamento militar que durou mais de dois séculos em Estocolmo e desde a Guerra Fria em Helsinque.

+ Os efeitos do pedido da Finlândia e da Suécia para entrar na Otan

“Este é um momento histórico que devemos aproveitar”, comentou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma cerimônia na sede da organização com os embaixadores finlandês e sueco.

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No mesmo mês, a Rússia capturou a estratégica cidade portuária de Mariupol, no Mar Negro, após um cerco de três meses que a Cruz Vermelha descreveu como um “inferno”. O presidente da Ucrânia, então, fez um discurso especial na manhã de abertura da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos e pediu aos países o ajudarem a criar um fundo para reconstruir seu país.

Junho

Mísseis russos atingiram um shopping lotado na cidade de Kremenchuk. O bombardeio matou pelo menos 16 pessoas, e um porta-voz das Nações Unidas condenou o ataque como “deplorável”.

+ A guerra da Ucrânia em números, um ano depois

Em resposta, o Banco Mundial aprovou US$ 1,49 bilhão em financiamento adicional para ajudar a pagar os salários dos funcionários do setor público na Ucrânia. A medida aumentou o apoio total prometido pelo banco e, com o auxílio de outros países, o montante passou para US$ 4 bilhões.

A Rússia também afirmou que a decisão da União Europeia de eliminar parcialmente o petróleo russo iria desestabilizar os mercados globais de energia, e chamou a atitude de passo “autodestrutivo”. Em princípio, os líderes do bloco concordaram em cortar 90% das importações de petróleo da Rússia até o final do ano de 2022.

+ Sanções a Putin deixam a desejar, e Rússia ainda fatura alto com petróleo

Julho

As forças russas tiveram mais uma conquista e capturaram a cidade de Lysychansk, no leste da Ucrânia. Aos seis meses de guerra, a empresa de energia russa Gazprom afirmou que iria reduzir pela metade o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1, pelo qual, antes da guerra, a Europa importava mais de 40% do seu gás.

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Na esperança de aliviar a crise alimentar global, Moscou e Kiev concordaram em reabrir os portos ucranianos do Mar Negro, que haviam sido bloqueados pela marinha russa.

Agosto

As forças ucranianas também lançaram uma contra-ofensiva ao sul em torno de Kherson, a única porta de entrada terrestre para a Crimeia. Linhas de abastecimento russas, depósitos de munição e uma base aérea na Crimeia foram os principais alvos.

Setembro

Em setembro, os preços do gás na Europa dispararam em até 30% depois que a Rússia disse que um de seus principais gasodutos para a Europa iria permanecer fechado por tempo indefinido. Inicialmente, a Gazprom afirmou que o duto tinha sido fechado para manutenção temporária.

No mesmo mês, a Ucrânia lançou outra contra-ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste do país, para reaver um centro ferroviário que abastece a linha de frente russa.

+ Zelensky visita cidade libertada em Kharkiv, após meses de ocupação russa

Em resposta, Putin ordenou a mobilização parcial de centenas de milhares de reservistas. O decreto desencadeou um êxodo de homens em idade militar que tentavam cruzar a fronteira para os países vizinhos. Posteriormente, o presidente russo disse que regiões do leste da Ucrânia seriam parte da Rússia após “referendos” locais.

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+ Ex-presidente diz que Rússia pode tomar mais territórios depois da Ucrânia

“Qualquer decisão de prosseguir com a anexação das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia da Ucrânia não teria valor legal e merece ser condenada”, argumentou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Outubro

Já em outubro, uma explosão danificou gravemente a única ponte que ligava a Rússia à península da Criméia, área tomada por Moscou em 2014. Dias depois, a Rússia retaliou com os primeiros ataques com mísseis em Kiev.

No novo estágio da guerra, a infraestrutura de energia ucraniana foi alvo de ondas de ataques com mísseis e o ministro da energia do país, Herman Halushchenko, afirmou que pelo menos metade da capacidade de energia térmica da Ucrânia foi atingida.

Até aquele momento, de acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais quatro milhões de crianças caíram na pobreza por causa da guerra, sendo que 2,8 milhões eram russas.

Novembro

Em novembro, a Rússia ordenou que suas forças abandonassem a única capital regional que tinham capturado até o momento, Kherson. A região foi uma das quatro que Putin disse que faria parte do país “para sempre”. No mesmo mês, a União Europeia começou a estudar maneiras de aumentar o auxílio ao setor energético da Ucrânia após ataques “cruéis e desumanos”, que causaram cortes generalizados de eletricidade.

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A grade foi finalmente restaurada depois da usina nuclear de Zaporizhzhia ter sido desconectada da rede elétrica, após um bombardeio russo que danificou linhas de alta tensão. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, uma zona de proteção deveria ser colocada ao redor da usina “antes que seja tarde demais”.

+ Novos ataques à maior usina nuclear da Europa colocam mundo em alerta

Dezembro

Em dezembro, Zelensky fez sua primeira viagem ao exterior desde o início da guerra, com destino a Washington, nos Estados Unidos. Lá, encontrou-se com o presidente Joe Biden e fez um discurso ao Congresso, afirmando que ajudar a Ucrânia seria um investimento na democracia.

No Natal, Putin afirmou que estava pronto para negociar com a Ucrânia, mas Kiev não levou-o a sério e afirmou que não iria recuar até que todos os soldados russos fossem removidos de seu território.

+ Um ano de guerra: Lula insiste que Kiev e Moscou voltem a negociar paz

Janeiro

As forças russas foram reforçadas por recrutas e obtiveram os primeiros ganhos no campo de batalha em meses. Em prelúdio de uma nova ofensiva, eles conseguiram capturar a cidade de Soledar, na província de Donetsk. Os esforços também foram concentrados na cidade de Bakhmut.

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A Organização para Alimentação e Agricultura afirmou que o índice de preços de alimentos atingiu um recorde em 2022 , um aumento de 14,3% em relação a 2021, devido à invasão na Ucrânia. Além disso, o Banco Mundial também alertou que a economia global pode entrar em recessão em 2023.

Depois de diversos pedidos de ajuda militar, a Alemanha e os Estados Unidos quebraram o tabu e decidiram fornecer armamentos ofensivos, como tanques de guerra mais avançados. Em seguida, diversos países aliados da Otan começaram a discutir os pedidos do presidente Zelensky por aviões militares a jato e mísseis.

Fevereiro

Prestes a completar um ano de guerra, os países ocidentais começaram a impor uma nova série de sanções contra a Rússia para coincidir com o primeiro aniversário da guerra. Algumas autoridades americanas consideraram sancionar mais bancos com vínculos com Moscou e intensificar a aplicação das regras já existentes.

Grande parta do auxílio militar veio em forma de doação, mas a Ucrânia vai precisar pagar por partes dele. O pacote de apoio da Comissão Europeia, de 18 bilhões de euros, vai ser pago em 35 anos, a começar em 2033. O principal objetivo é que a Ucrânia consega pagar os empréstimos já existentes com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Já o dinheiro oferecido pelos Estados Unidos só vai ser pago depois que a guerra terminar, método utilizado pelo governo americano desde a Segunda Guerra Mundial.

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