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Putin anuncia que Rússia anexará quatro regiões da Ucrânia

Rússia chega perto de alcançar seu plano de absorver cerca de 100 mil quilômetros quadrados de território ucraniano, cerca de 15% do país

Por Amanda Péchy
Atualizado em 30 set 2022, 10h17 - Publicado em 30 set 2022, 09h50

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou formalmente nesta sexta-feira, 30, a intenção do Kremlin de anexar quase um quinto da Ucrânia, em aberta violação do direito internacional.

Quando o processo estiver oficialmente concluído, Moscou reconhecerá quatro regiões ucranianas como território russo: Luhansk e Donetsk – lar de duas repúblicas separatistas apoiadas pela Rússia, onde há combates desde 2014 –, assim como Kherson e Zaporizhzhia, duas áreas no sul da Ucrânia que foram ocupados por forças russas desde o início da invasão em fevereiro.

“Há quatro novas regiões da Rússia”, declarou Putin em discurso, acrescentando que a incorporação dessas quatro regiões “é a vontade de milhões de pessoas” que compartilham uma “história comum” com a Federação Russa, e é seu “direito integral”, conforme declarado na carta das Nações Unidas.

“A destruição da União Soviética acabou com as conexões entre as diferentes partes do país”, continuou Putin. “Apesar de todas as dificuldades, eles levaram adiante esse amor pela Rússia, e esse sentimento não pode ser exterminado por ninguém.”

O presidente russo disse que “não pretende” voltar ao passado e reconstruir a União Soviética, mas afirmou que “não há nada mais forte do que a vontade dessas pessoas de voltar às suas raízes históricas”.

O anúncio de Putin ocorre após referendos nessas regiões, considerados ilegais pela comunidade internacional, que tiveram resultados suspeitos de mais de 95% de votos a favor da anexação.

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Autoridades pró-Rússia afirmaram que os habitantes dessas regiões querem fazer parte da Rússia, mas foi reportado que a votação ocorreu – literalmente – sob a mira de uma arma.

A Ucrânia deve “respeitar a expressão da vontade do povo”, disse Putin, referindo-se falsos referendos. “Protegeremos nossa terra com todas as nossas forças e tudo faremos para garantir a segurança das pessoas”, completou.

O líder do Kremlin defendeu as anexações dizendo que o povo de Donbas (região formada por Donetsk e Luhansk) foi “vítima de ataques terroristas desumanos conduzidos pelo regime de Kiev”, seguindo sua narrativa de que a Ucrânia tem falantes de russo no leste da Ucrânia como alvo. Putin repetidamente fez acusações infundadas de que a Ucrânia cometeu genocídio no leste do país.

Putin pediu à Ucrânia para cessar imediatamente todas as ações militares e a guerra “que começaram em 2014”, chamando Kiev “de volta à mesa de negociações”. “Estamos abertos a isso e afirmamos isso muitas vezes”, alegou.

+ A caminho da liberdade

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Apesar da ampla condenação internacional, a Rússia parece estar conseguindo alcançar seu plano de absorver cerca de 100 mil quilômetros quadrados de território ucraniano, cerca de 15% do país. Esta é a maior anexação forçada de terras na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, em 1945.

No discurso, Putin voltou a alegar que o “Ocidente coletivo” tenta enfraquecer a Rússia e colocá-la de joelhos desde a queda da União Soviética, criticando sua “ganância” e vontade de transformar a Rússia em uma “colônia”.

“O ocidente está procurando novas oportunidades para nos atingir e sempre sonhou em dividir nosso estado em estados menores que lutarão uns contra os outros, está preparado para fazer tudo usando esse sistema neocolonial para roubar todos os outros países do mundo”, declarou.

“Eles não querem nos ver uma sociedade livre. Eles querem nos ver como uma multidão de escravos, enquanto decidem unilateralmente quem tem o direito à autodeterminação e quem não tem”, acrescentou.

Putin completou sua fala inflamada declarando que a Rússia é um grande país, com uma grande civilização, que se recusa a viver sob as “falsas regras” ditadas pelo Ocidente.

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“As elites ocidentais sempre foram assim. Foram colonizadores e permanecem colonizadores, discriminam nações de primeira classe e nações de segunda classe. É por isso que existe a russofobia, que está se espalhando por todo o Ocidente”, afirmou.

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