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Um ano de guerra: Lula insiste que Kiev e Moscou voltem a negociar paz

Presidente reiterou a necessidade da formação de um grupo de trabalho para alcançar o fim do conflito, ideia que apresentou no início do mês

Por Amanda Péchy
Atualizado em 24 fev 2023, 13h55 - Publicado em 24 fev 2023, 10h15

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma mensagem à Ucrânia e à Rússia nesta sexta-feira, 24, dia que marca o primeiro aniversário da guerra entre os dois países, dizendo que ambos precisam trocar o foco no campo de batalha pela negociação diplomática da paz.

“No momento em que a humanidade, com tantos desafios, precisa de paz, completa-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, disse.

O líder brasileiro ainda bateu na tecla da necessidade da formação de um grupo de trabalho internacional para discutir termos para o fim do conflito, ideia que ele apresentou durante uma visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, ao Brasil no início do mês.

“É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz”, afirmou.

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+ A guerra de Putin: Agora, Lula acha que pode salvar o mundo

Na ocasião do encontro com Scholz, Lula disse que é preciso criar um “clube das pessoas que vão querer construir a paz no planeta”.

“A minha sugestão é que a gente crie um grupo de países, que tente sentar à mesa com a Ucrânia e com a Rússia para tentar encontrar a paz”, declarou.

O chefe do Executivo ressaltou ainda que a China tem um papel importante na negociação pelo fim da guerra na Ucrânia.

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“Eu acho que nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Eu, se for à China em março, como está previsto, quero conversar sobre isso com o presidente Xi Jinping. Está na hora da China colocar a mão na massa”, afirmou.

+ ‘Quando um não quer, dois não brigam’, diz Lula sobre guerra na Ucrânia

Durante uma visita de alto nível a Washington no dia 10 de fevereiro, Lula diz ter conversado com o presidente americano Joe Biden sobre seu plano. De acordo com o petista, a proposta também já foi discutida com o presidente francês Emmanuel Macron, que expressou seu apoio.

“É preciso parar de atirar, senão, não tem solução”, escreveu em comentário divulgado após a viagem. Ele também se recusou a fornecer munições para tanques de guerra, que a Alemanha ia enviar para o campo de batalha na Ucrânia, para evitar “se meter na briga e se queimar”.

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Enquanto o presidente dos Estados Unidos é um dos maiores financiadores das tropas ucranianas e crítico do líder russo, Vladimir Putin, Lula defende o fim dos conflitos e um acordo de paz. Anteriormente, declarações ambíguas do petista causaram clima de tensão com Washington.

+ No aniversário da invasão russa, Zelensky promete vitória até segundo ano

A nova embaixadora americana no Brasil publicou um artigo na quinta-feira 23, reproduzido pelo site da embaixada, dizendo: “Se a Ucrânia parar de lutar, ela acaba”.

O presidente brasileiro mudou o tom sobre o conflito após a repercussão da sua entrevista à revista Time no ano passado, na qual afirmou que o líder ucraniano Volodymyr Zelensky “é tão responsável” quanto Putin pela guerra. Depois do encontro com Biden, Lula condenou a invasão russa da Ucrânia e afirmou que Moscou violou a soberania do país vizinho.

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+ Rússia terá boas relações com Lula ou Bolsonaro, diz Putin

Enquanto o chefe da Casa Branca não levou o plano de paz lulista muito a sério, na quinta-feira 23, o governo russo disse que Putin recebeu a proposta de paz na Ucrânia enviada pelo mandatário brasileiro e estava analisando as possibilidades.

“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada (do conflito) na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos”, afirmou o o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin,

“Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil, e, claro, levando em consideração a situação in loco”, acrescentou.

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+ Entre dois mundos: o que está em jogo nas visitas de Lula aos EUA e China

A China, que estreitou laços com a Rússia desde o início da guerra por meio do comércio exterior e da ideologia, pediu um cessar-fogo nesta sexta-feira, uma ideia anteriormente rejeitada pela Ucrânia por temores de que isso abrisse uma janela de tempo para a Rússia se reagrupar após reveses no campo de batalha.

Um documento de 12 pontos emitido pelo Ministério das Relações Exteriores chinês também pediu o fim das sanções do Ocidente contra a Rússia. Essa sugestão parece inviável ainda, visto que as nações ocidentais devem apertar mais o cerco à economia russa, não afrouxá-lo.

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