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Rússia terá boas relações com Lula ou Bolsonaro, diz Putin

Presidente da Rússia deu declarações durante sessão de perguntas e respostas de coletiva em Moscou

Por Da Redação
27 out 2022, 15h17

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 27, que manterá boas relações tanto com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto com Jair Bolsonaro (PL), os dois candidatos no segundo turno da eleição presidencial brasileira.

“Tenho boas relações com Lula, com Bolsonaro, não interferimos em processos internos, essa é a coisa mais importante no momento, sabemos que, apesar de situações difíceis dentro do país, eles têm consensos sobre a cooperação com a Rússia, sobre a cooperação com o Brics, também temos um consenso sobre a relação com o Brasil”, afirmou.

Sua prioridade, ele disse, é continuar com políticas amigáveis com a América Latina, seja quem for o vencedor no segundo turno no domingo, 30.

A declaração ocorreu na sessão de encerramento da 19ª reunião anual do Clube Valdai, um grupo de discussão do Kremlin, que promove encontro entre acadêmicos, empresários e políticos russos com jornalistas e analistas internacionais.

O Brasil, que integra o Brics ao lado de China, Índia, Rússia e África do Sul, não condenou abertamente a invasão da Ucrânia e não adota as sanções ocidentais, mas votou a favor de resoluções condenando a guerra nas Nações Unidas. Durante a intervenção, Putin disse que “garantiu” o fornecimento de fertilizantes russos ao país em um momento de escassez global.

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“Consideramos o Brasil um parceiro essencial na América Latina, é isso que é, e faremos tudo para desenvolver essa relação no futuro”, disse Putin nesta quinta-feira.

+ Depois de repercussão, Ucrânia retira nome de Lula de lista ‘pró-Rússia’

Em outubro, após uma série de abstenções, o Brasil apoiou nas Nações Unidas uma condenação à Rússia pela anexação de territórios da Ucrânia, em meio a uma forte pressão feita por aliados como Estados Unidos e União Europeia por uma posição mais dura do governo brasileiro. Seguindo a política externa do presidente Jair Bolsonaro de não condenar veementemente a Rússia, adotada desde a eclosão do conflito, em fevereiro, o Brasil se absteve da maioria das deliberações relativas à guerra.

Uma semana antes da condenação, o Brasil havia sido um dos 24 a não tomar posicionamento sobre criação de relatoria especial para monitorar supostos abusos de direitos humanos cometidos pelo regime do presidente russo Vladimir Putin. Brasília também não assinou a declaração da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) que criticava a invasão.

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De acordo com analistas, o governo segue uma estratégia de tentar evitar críticas diretas para aliviar possíveis impactos econômicos, sobretudo no setor agrícola. Em audiência pública em abril na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o chanceler Carlos França afirmou que o Brasil poderia atuar como mediador para encerrar o conflito e voltou a criticar sanções econômicas aplicadas aos russos.

“O Brasil tem credenciais para ser mediador. Somos membros do Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], somos um ator global, com tradição democrática, e temos uma diplomacia que se construiu ao longo de 200 anos como formadora de consensos e voz sempre respeitada na ONU”, disse o ministro aos senadores.

Sobre as sanções, mesmo reconhecendo que a agressão da Rússia ao país vizinho é inadmissível, disse que as medidas econômicas são seletivas e prejudicam países fornecedores de alimentos, como o Brasil, que tenta conseguir fertilizantes.

“Eu até entendo o uso de sanções pela Europa e pelos EUA. No entanto, não posso deixar de estranhar a seletividade das sanções”, afirmou França. “Sanções tendem a preservar interesses imediatos de um pequeno grupo de países e prejudicam quem mais depende de importação de alimentos e tem menor capacidade financeira.”

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