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‘Quando um não quer, dois não brigam’, diz Lula sobre guerra na Ucrânia

Fala ecoa afirmações anteriores do presidente, a exemplo de críticas contra EUA e UE por não terem negociado antes do início do conflito

Por Da Redação
Atualizado em 31 jan 2023, 08h34 - Publicado em 31 jan 2023, 08h22

Após uma reunião em Brasília com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou na segunda-feira, 30, a invasão da Rússia à Ucrânia e se colocou à disposição para fazer parte dos esforços para negociações de paz. À imprensa, no entanto, destoou da posição alemã ao afirmar que “quando um não quer, dois não brigam”.

A fala ecoa afirmações anteriores do presidente. Em maio do ano passado, ele afirmou que os líderes dos Estados Unidos e da União Europeia não conseguiram cumprir com seu dever por não terem “sentado à mesa” com o presidente russo, Vladimir Putin, antes do início do conflito, em 24 de fevereiro.

A fala em questão foi feita em uma entrevista à revista americana Time em maio. Segundo Lula, Zelensky, que permaneceu no país durante toda a guerra e faz aparições inspiracionais na televisão, tem um pouco de culpa. A falta de negociações para o fim da guerra se deveria, em parte, ao desejo do ucraniano de permanecer sob os holofotes – afinal, ele é um comediante e estrela de televisão.

“Esse cara é tão responsável quanto Putin pela guerra. Porque na guerra não há apenas uma pessoa culpada”, afirmou. Ele completou que a celebração de Zelensky pelos líderes ocidentais o “encoraja, então ele pensa que é a cereja do bolo”.

+ ‘Biden poderia ter evitado a guerra na Ucrânia, não incitado’, diz Lula

Em comunicado publicado após o encontro, prevendo possíveis críticas, o Itamaraty condenou com mais força a invasão russa à Ucrânia.

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“(Os líderes) deploraram enfaticamente a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional. Lamentaram a perda de vidas humanas e a destruição da infraestrutura civil, bem como o imenso sofrimento humano e agravamento das vulnerabilidades da economia mundial causados pela guerra”, diz o texto.

A nota afirma ainda que os líderes “ressaltaram a necessidade de promover uma paz justa e duradoura”.

Perguntado sobre a recusa de Brasília a oferecer munição para tanques de guerra de Berlim que serão enviados a Kiev, Lula avisou que o Brasil não irá se envolver no assunto.

“O Brasil não tem interesse em passar as munições para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Nosso último passivo foi a Guerra do Paraguai. Estamos precisando, sim, é de quem vai achar a paz entre Ucrânia a Rússia”, disse.

+ Lula recusou ajudar a Ucrânia com munição para tanques de guerra

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No último dia 20, Berlim teria tentado negociar com Brasília para que o governo fornecesse a munição para esses tanques que seriam despachados para o campo de batalha. A munição, segundo apurado por VEJA, seria repassada por Berlim à Ucrânia. A decisão ocorreu durante uma reunião entre Lula, os chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio – sexta-feira dia 20 foi a véspera da demissão do comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda.

Segundo dois funcionários de alto escalão militar consultados por VEJA, o presidente Lula “não quer mexer em algo que não diz respeito a ele”, especialmente tão no início do governo, já que seu mote é, como foi nas duas primeiras passagens pela presidência, o multilateralismo. Não valeria, segundo as fontes, “se meter nessa briga e se queimar”.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, decidiu nesta semana enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia depois que a Casa Branca confirmou que também enviaria os avançados tanques M1 Abrams. Berlim é a fabricante dos Leopards e, com a medida, liberou também a exportação do veículo por outros países europeus que indicarem estar dispostos a fazê-lo. Ao menos 12 países no continente possuem cerca de 2.300 blindados.

O Brasil, apesar de ter condenado a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022 nas Nações Unidas, escolheu manter uma posição de neutralidade, evitando sanções contra o presidente russo, Vladimir Putin, por motivos econômicos. A agricultura brasileira é altamente dependente dos fertilizantes de Moscou – de 2018 a 2022, vendeu em média 22% do produto consumido pelos brasileiros –, e a Rússia é um grande exportador de produtos como o diesel para o país.

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