Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que os nadadores não quebraram muitos recordes na Rio-2016?

César Cielo sagrou-se o mais rápido do mundo em 2009. Desde então, nenhum outro nadador superou o brasileiro - nem outros dos principais recordes mundiais

Por Da redação
Atualizado em 12 ago 2016, 14h31 - Publicado em 12 ago 2016, 14h28

Desde que a Federação Internacional de Natação (Fina) baniu a presença dos supermaiôs das piscinas em janeiro de 2010, a maioria dos recordes mundiais obtidos com o assessório ainda não foi batida. Marcas impressionantes como os 20s91 de César Cielo nos 50 metros livres em São Paulo ou o 1m42s do alemão Paul Biedermann nos 200 metros livres em Roma, ambas em 2009, não foram – e provavelmente tão logo serão – ultrapassadas em mais de seis anos.

Biedermann, vestindo um traje de corpo inteiro Arena X-Glide venceu tanto a prova dos 200 metros livres quanto a dos 400 metros livres do Mundial na Itália, em 2009. Depois das vitórias, o alemão afirmou que a peça havia, de fato, o ajudado a nadar mais rápido. A declaração irritou Michael Phelps, derrotado por Biedermann; e o americano ameaçou que não nadaria mais até que os supermaiôs fossem banidos. O técnico do americano não ficou de fora e disse que a tecnologia deveria ajudar, mas não definir o atleta. Outro argumento utilizado era em favor da isonomia de condições dos atletas: ou todos competiam com os mesmos maiôs ou ninguém poderia utilizá-los. Depois de muitas críticas (e pressão de fabricantes de materiais esportivos que não detinham a tecnologia de ponta), a Fina baniu o supermaiô.

História — Apesar de a natação ser uma prática muito antiga, as disputas para saber quem nadava mais rápido começaram somente a partir do século XIX, na Austrália. Já a estreia da modalidade em Jogos Olímpicos deu-se em 1896, em Atenas, nos primeiros Jogos da Era Moderna. Inicialmente, as provas eram realizadas em mar aberto, lagos ou rios. A primeira vez que a piscina foi o palco de uma prova oficial foi nos Jogos de Londres, em 1908, cabendo à Fina determinar as medidas oficiais das piscinas de competição a parir de então.

Junto com as evoluções na realização das provas veio também a melhoria nas vestimentas e assessórios dos nadadores. Até 1940, por exemplo, os atletas competiam com maiôs que pesavam em torno de cinco quilos, compostos de tecidos que encharcavam e aumentavam o atrito na água. Depois deles, vieram as sungas de algodão, que não demoraram muito até serem substituídas pelas de nylon, em 1948. Em 1972, nos Jogos de Munique, o americano Mark Spitz inovou ao usar, pela primeira vez, uma sunga de lycra, que absorvia uma menor quantidade de água e pesava 18 gramas – uma diferença enorme em relação aos primeiros maiôs. Naquele ano, Spitz levou sete medalhas de ouro.

Nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Alexander Popov apareceu com uma calça de nadador. Pouco tempo depois, no Mundial de 2007, na Austrália, surgiu um modelo bermuda, usado pelo holandês Pieter Van Den Hoogenband. Mas a novidade mesmo veio em 2008, nos Jogos de Pequim. Naquele ano, o protagonista foi o maiô LZR Racer, que vestiu 18 dos 19 nadadores que quebraram recordes mundiais. Feito com tecido ultrafino que repele a água e comprime os músculos, o maiô faz com que o nadador deslize com mais eficiência e menos esforço. Até maio de 2008, 37 recordes mundiais (em piscinas de 25 metros e 50 metros) haviam sido batidos com o LZR Racer.

Continua após a publicidade

Além de cobrir quase todo o corpo, o maiô tinha painéis de teflon que reduziam o atrito em até 6%, aumentando assim, a velocidade dos atletas na água. Em Pequim, Phelps conquistou oito medalhas de ouro e Alain Bernard um ouro e um bronze — ambos usavam o novo acessório.

Leia também:
Americana é a 1ª nadadora negra a vencer uma prova individual
Após 22º ouro, Phelps revela: “O corpo está doendo”

No Mundial de Roma de 2009, o nadador brasileiro César Cielo vestiu o maiô X-Glide, da Arena. A peça, de poliuretano, reduzia em até 20% o atrito em relação a modelos anteriores e era tão colada ao corpo que exigia de 20 a 40 minutos para ser vestida, com ajuda de pelo menos outra pessoa e com cuidado para não rasgar. Não deu outra, Cielo bateu o recorde mundial, cravando 46s91 nos 100 metros livres. Mas Cesão não foi o único: 42 recordes mundiais foram batidos durante os quinze dias do torneio. Mais do que o número de feitos alcançados, o principal personagem a roubar a cena do Mundial de 2009 foi o supermaiô.

(Da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.