2018 em hashtags: os assuntos que bombaram no ano
De ecos do #metoo ao #NeymarChallenge, os assuntos que movimentaram as redes neste ano

Famosos, nem tão famosos e, sobretudo, políticos: os assuntos que marcaram o ano nas redes sociais e ganharam o noticiário foram engajados, ainda que trouxessem o humor irônico típico do Twitter ou as imagens-manifesto no Instagram.
O movimento #metoo, apesar de ter começado no final de 2017, ecoou fortemente em 2018 à medida em que as denúncias de mulheres assediadas foram se avolumando.
Entre mascotes da Copa, flagras do BBB e disputas políticas que esquentaram os almoços de família, confira nossa retrospectiva 2018 – em hashtags.
Outubro de 2017
https://twitter.com/Alyssa_Milano/status/919659438700670976
A hashtag foi lançada no ano passado pela atriz Alyssa Milano, mas ganhou força ao longo de 2018 conforme novas denúncias contra o então megaprodutor de Hollywood Harvey Weinstein se acumulavam – em maio, seis acusações poderiam ter como desfecho a prisão perpétua. Ao mesmo tempo, o “eu também” escancarava o número de mulheres que se declaravam vítimas de abuso sexual: mais de 500 mil. No coro, muitas famosas como as atrizes Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow e a cantora popstar Lady Gaga.
Em agosto, uma denúncia abalaria o movimento #metoo. A atriz Rose McGowan, uma das primeiras a acusarem Weinstein de estupro, incentivou sua namorada a divulgar mensagens comprometedoras da atriz italiana Asia Argento. Esta, também um nome forte entre as vítimas de Weinstein, foi acusada de abusar do ator Jimmy Bennet quando ele tinha 17 anos, em 2003. Posteriormente, McGowan se desculparia à atriz por ter feito acusações erradas.
2018
Janeiro
#ForaFamíliaLima
https://twitter.com/SinceraClara/status/957110028980445184
Logo no começo do ano, telespectadores ficaram escandalizados com o comportamento da família que viria a competir no Big Brother Brasil. Os Lima, que tiveram como seus representantes Ana Clara e Ayrton, levantaram debates sobre os limites do carinho entre pai e filha após trocarem selinhos. Não saíram vitoriosos, mas chegaram à final.
Fevereiro
#QueroMeAposentar
Desistiu pq não tem votos, e não tem votos pq tem luta. Vitória dos que lutaram!!! #QueroMeAposentar #NãoTemArrego 👊🏽 https://t.co/hxjglTUVyG
— AnnaLu Gama🚩 (@AnnaLuGama) February 20, 2018
Lançada por sindicatos, a hashtag #QueroMeAposentar chegou aos Trending Topics do Twitter em 19 de fevereiro, dia de protestos contra a Reforma da Previdência. A despeito das manifestações, o governo atribuiu à intervenção na segurança pública do RJ a suspensão da votação, já que o Congresso não pode votar uma emenda à Constituição – necessária para reformar a Previdência – quando uma das unidades da federação está sob intervenção.
Março
#MariellePresente
O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco causou comoção nas redes sociais. Impulsionada por políticos e artistas, a hashtag #MariellePresente esteve em todos os passos da demorada investigação, que faria as primeiras prisões de suspeitos apenas em dezembro deste ano.
#DeleteFacebook
https://twitter.com/brianacton/status/976231995846963201
A campanha contra a rede social estourou após escândalos de vazamentos de dados de 50 milhões de usuários do Facebook, aos quais tiveram acesso a consultoria Cambridge Analytica. Segundo reportagem do The New York Times, eles teriam sido usados para ajudar Trump a vencer as eleições de 2016.
Em reação, o cofundador do aplicativo WhatsApp Brian Acton iniciou campanha pelo fim do Facebook. Em 20 de março, ele tuitou: “It’s time. #deletefacebook” (É hora. #deletefacebook).
#CanarinhoPistola
Preparativos para a Copa da Rússia em pleno vapor, e a seleção já tem uma vedete: o canarinho pistola. A CBF não encarou bem a brincadeira e tentou uma versão mais amistosa do mascote, que foi prontamente rechaçada por usuários de redes sociais. Pelo apelo geral da nação, a versão bravinha foi a que embarcou para a terra de Putin.
Abril
#LulaNaCadeia, #LulaLivre
Contra Lula tem fake news, jejum, ódio e perseguição. Só não tem provas. #LulaLivre
— Helder Salomão (@heldersalomao) April 3, 2018
Rio de Janeiro lotado Parabéns aos Cariocas #LulaNaCadeia pic.twitter.com/Jypxcu5fKU
— Rose D Barros (@rosedbarros) April 3, 2018
O dia 4 de abril, data do julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula no STF, foi motivo para 463 menções ao petista e à sessão da Corte por minuto durante o dia, segundo levantamento da FGV.
Pouco antes do início do julgamento, a hashtag #lulalivre aparece em 22,2 mil publicações no Twitter, enquanto a expressão #lulanacadeia foi citada 8,2 mil vezes.
Maio
#somostodoscaminhoneiros
https://www.instagram.com/p/BjOAQ7ZAz8E/?utm_source=ig_embed
A greve dos caminhoneiros, impulsionada pela alta do preço do diesel, parou o Brasil e causou grave desabastecimento. Parte da população demonstrou seu apoio com a hashtag #somostodoscaminhoneiros. Um deles foi Leo Chaves, da dupla sertaneja Victor e Leo, que postou vídeo de apoio à classe no Instagram.
Junho
#200milliontimessorry
Cenas constrangedoras na Copa: um vídeo no qual torcedores brasileiros aparecem assediando uma jovem russa viralizou em meados de junho.
Como resposta, usuários de redes sociais tentaram se desculpar pelo péssimo comportamento dos brasileiros em publicações no Twitter e no Instagram com a hashtag #200milliontimessorry (200 milhões de vezes desculpa).
#ZicaParaaAlemanha
https://twitter.com/inaesandy/status/1010615565910716416
Entra ano, sai ano, e os brasileiros ainda não superaram o desastroso 7×1 em jogo contra a Alemanha na Copa de 2014. Neste ano, tentaram uma fezinha para evitar mais um confronto tenso.
Os então campeões mundiais estrearam na Rússia com uma derrota inesperada para o México, no estádio Luzhniki, dia 17. Logo tornou-se o assunto mais comentado da rede social em 23 de junho, quando enfrentaria (e sairia vitorioso) na disputa contra a Suécia.
Quatro dias depois, em jogo contra a Coreia do Sul, a equipe estaria fora da Copa, ascendendo a hashtag #AlemanhaEliminada.
https://twitter.com/cleytu/status/1012001505241698306?ref_src=twsrc%5Etfw
Julho
#NeymarChallenge
https://twitter.com/vinzradio/status/1015355200868093953
O atacante da seleção já era estigmatizado pelos exageros e tentativas de enganar os juízes se atirando ao chão. Com o VAR, árbitro de vídeo, acabou pagando caro por isso. No desafio do Neymar, ou #NeymarChallenge, torcedores de equipes rivais simulavam quedas orquestradas em “homenagem” ao craque.
#Porramaridos
https://twitter.com/gi_levy/status/1021837935031791616
Finda a Copa, volta à pauta a vida doméstica. Mulheres começaram a compartilhar relatos tragicômicos de comportamentos sem noção de seus parceiros, que não conseguiam ter a mínima ideia de como realizar atividades corriqueiras.
Agosto
#minhapesquisacapes
https://twitter.com/Su_azevedo/status/1025395715021918209
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), principal agência de fomento à pesquisa do país, ligada ao Ministério da Educação (MEC), publicou em agosto uma nota alertando que, até 2019, corria risco de não poder mais pagar seus bolsistas.
Em reação, pesquisadores foram às redes sociais falar sobre seus estudos com a campanha #minhapesquisacapes, para mostrarem a importância de seu trabalho. Acompanha a hashtag #existepesquianobr.
Setembro
#EleNão
Os ânimos começam a esquentar na disputa eleitoral. Sensibilizadas por comentários machistas do então candidato Jair Bolsonaro, mulheres se uniram com a hashtag #EleNão, manifestando oposição ao candidato do PSL. Aderiram ao movimento famosas como Bruna Marquezine, Patrícia Pillar e até Madonna.
Em 29 de setembro, culminou em um protesto que levou milhares de mulheres às ruas e lotou o Largo da Batata, em São Paulo.
Outubro
#MarketeirosdoJair
https://twitter.com/PSL_Nacional/status/1056933925698891780
Em outubro, deram o que falar os disparos em massa de mensagens pró-Jair Bolsonaro, sob suspeitas de terem sido impulsionadas por robôs. Em resposta, apoiadores do então candidato vestiram a camisa da hashtag, afirmando que disparos foram feitos por uma “bem-sucedida campanha popular”.
#ViraViraCiro
https://twitter.com/rmateusmelo/status/1049039812341186560
Às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, liderava os Trending Topics do Twitter a hashtag #ViraViraCiro, impulsionada por esperançosos de emplacar seu candidato no segundo turno. O pedetista foi bem na rede social (mas não tanto além dela).
#FicaTemer
https://twitter.com/regisdasneves/status/1049473565685366786
Uma estranha reação à polarização antibolsonarista x antipetista levou usuários a brincarem com a possibilidade de aceitar “tudo que está aí” e pedir para o presidente Michel Temer, cujo nome fora marcado pela hashtag #ForaTemer, ficar. Em tom de piada, #ficatemer alcançou seu espaço nos assuntos mais comentados do Twitter.
Novembro
#ChegadeAssédio
https://twitter.com/Pheedroh/status/1061449154575155205
Convidada para se apresentar no Teleton, a cantora Claudia Leitte passou por constrangimento com comentários do apresentador Silvio Santos. Após admitir que ficou constrangida com comentário do dono do SBT, de que ficava excitado ao vê-la com aquela roupa, Claudia recebeu o apoio de famosas como Bruna Marquezine, Taís Araújo, Débora Falabella, entre outras, além de internautas, impulsionando a hashtag #ChegadeAssédio.
#indultonão
https://twitter.com/deltanmd/status/1067872470898802688
Projetada por procuradores da Lava Jato, o #indultonão foi um dos assuntos mais comentados do Twitter quando o STF julgou a validade das regras do indulto concedido pelo presidente Michel Temer em dezembro de 2017. Com maioria favorável ao indulto, Fux suspendeu o julgamento.
Dezembro
#MePrendeLewandowski
Após ouvir de um advogado que o Supremo é uma “vergonha”, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski questionou se ele queria ser preso e pediu aos comissários da aeronave que chamassem agentes da PF. A conversa foi gravada e divulgada nas redes sociais, e a hashtag #MePrendeLewandowski, ironizando a atitude do magistrado, esteve em primeiro lugar nos trendings topics no Brasil por seis horas.