Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara nesta quarta-feira, o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) atacou o corregedor da Casa, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), e chorou diante dos colegas. Moreira, que ficou conhecido por ter um castelo no valor de 25 milhões de reais em Minas Gerais, é acusado de quebra de decoro parlamentar por uso irregular da verba indenizatória, equivalente a 15.000 reais mensais.
“A comissão de sindicância constituiu como seu presidente o homem diretamente interessado em ceifar meu mandato e que foi responsável pelo meu achincalhamento público. Que isenção, que legitimidade possui esse indivíduo para averiguar qualquer ato em relação à minha pessoa?”, protestou, referindo-se a ACM Neto, que preside a sindicância.
O deputado fez um requerimento para que todos os representantes do DEM, seu antigo partido, não julguem seu processo de decoro, sob o argumento de que estaria sendo perseguido pelos antigos colegas de legenda. Além de ACM Neto, a deputada Solange Amaral (DEM-RJ) faz parte do Conselho. Ela foi responsável, na semana passada, pelo pedido de afastamento do então relator do caso, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que disse se “lixar para o opinão pública”, adiantando que iria pedir o arquivamento do processo. O novo relator do caso é Nazareno Fonteles (PT-PI).
Caso os dois membros do DEM não se retirem, o deputado disse que não vai mais participar dos trabalhos da comissão, onde ele não tem a obrigatoriedade de participação. Contudo, se as acusações forem comprovadas, o parlamentar pode peder o mandato.
Choro � Durante o depoimento, Moreira chorou ao falar da origem humilde do pai, que era carteiro. Ele afirmou que construiu o castelo de 25 milhões de reais, nos anos 80, quando era empresário e não exercia mandato parlamentar. “Qual foi o erro de querer levar para minha cidade de origem um empreendimento hoteleiro que iria e, se Deus quiser, ainda irá levar investimentos para a região? Quis o destino que o formato fosse um castelo e caiu no imaginário popular. Poderia ter o formato de um iglu, um formato piramidal”, disse.
Edmar Moreira reiterou que transferiu a propriedade para os dois filhos, Leonardo e Júlio, em 1993, e por isso deixou de declarar o imóvel à Receita Federal.
(Com Agência Estado)