Depois dos ataques de mísseis iranianos a bases militares dos Estados Unidos no Iraque na noite desta terça-feira, 7, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira, 8, que dará uma resposta “retumbante” caso seu país seja atacado pelo Irã.
A ofensiva da Guarda Revolucionária Iraniana nas instalações militares americanas foi deflagrada após a morte do general Qasem Soleimani, segunda figura mais poderosa do regime de Teerã, por um drone dos Estados Unidos, no dia 3 de janeiro. O ataque a Soleimani foi ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“Quem quer que nos ataque receberá uma resposta retumbante”, disse Netanyahu em uma entrevista coletiva em Jerusalém, na presença do embaixador americano em Israel, David Friedman. Em sua declaração, o primeiro-ministro israelense também manifestou solidariedade a Washington e classificou Soleimani como “chefe terrorista” e “arquiteto” da “campanha de terror” no Oriente Médio.
No domingo, uma autoridade iraniana havia ameaçado transformar cidades israelenses em “pó”, “se os Estados Unidos reagirem à resposta militar” iraniana. Depois dos bombardeios contra as bases americanas, a Guarda Revolucionária Iraniana afirmou em seu canal no Telegram que atacará as cidades de Haifa, em Israel, e de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, caso o Irã seja bombardeado.
O grupo também afirmou que vai revidar diretamente dentro do território dos EUA se houver respostas aos ataques.
Mais cedo nesta quarta-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que os ataques foram um “tapa na cara” dos Estados Unidos. “A presença corrupta dos EUA na região precisa terminar”, afirmou Khamenei em um discurso transmitido pela televisão estatal do país. O aiatolá também voltou a exaltar Qasem Soleimani, que classificou como “um bravo guerreiro” e um “querido amigo”.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, chamou a ação desta terça de “medidas proporcionais de autodefesa”. “Não queremos a escalada ou a guerra, mas nos defenderemos contra qualquer agressão”, escreveu no Twitter.
A Guarda Revolucionária Iraniana, por sua vez, declarou que os mísseis de Teerã são o primeiro passo da “dura vingança” contra os americanos pela morte do general.
Donald Trump, que após os bombardeios escreveu no Twitter “até agora, tudo bem”, deve se pronunciar nesta quarta-feira sobre o ataque do Irã às bases militares de seu país.
(com AFP)