Mais do que o título inédito, o futebol ofensivo, com DNA brasileiro, fez a torcida voltar a se orgulhar da seleção. Uma ótima herança para Tite
Por Luiz Felipe Castro
Atualizado em 20 ago 2016, 21h04 - Publicado em 20 ago 2016, 21h03
Ataque com quatro atacantes e liderado por Neymar foi um dos grandes destaques da Rio-2016 Daniel Kfouri/VEJA.com
Publicidade
Publicidade
A medalha de ouro olímpica conquistada com drama e emoção neste sábado no Maracanã era quase uma obsessão para os brasileiros. Muito mais por ser o único título que faltava à seleção e por causa do histórico recente de decepções do que propriamente pelo valor da Olimpíada para a modalidade. Agora que os traumas foram expurgados – e, melhor ainda, contra a Alemanha –, é possível que o Brasil praticamente ignore o futebol a partir dos Jogos de Tóquio-2020. No entanto, mais importante do que a inédita a medalha foi a forma ofensiva como a seleção atuou na Rio-2016. Mesmo que tivesse perdido para a Alemanha, a filosofia de jogo definida pelo técnico Rogério Micale devolveu ao torcedor a alegria de torcer com a camisa amarela. E representa uma herança importante para Tite, que guiará o Brasil à Copa do Mundo da Rússia em 2018.
Treinador com experiência na base e pouco conhecido antes da Rio-2016, o baiano Micale teve pouco mais de um ano de trabalho na CBF, mas já conseguiu impor sua mentalidade. Gosta de jogadores velozes, com bom passe e consciência tática. Defende a movimentação constante dos atletas de frente – a qual chama de “caos” – e acredita que zagueiros e até o goleiro são responsáveis pela criação das jogadas. Sua vocação ofensiva ficou evidenciada a partir da terceira partida (justamente o momento de virada do time), quando Luan se juntou a Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa, e o time foi montado com quatro atacantes de origem. Além de dois laterais que apoiam (Zeca e Douglas Santos), dois volantes técnicos (Walace e Renato Augusto). E tudo isso sem levar gols. Os mais céticos dirão que a escalação só foi possível por se tratar de uma Olimpíada, de nível bastante inferior. Há, no entanto, a esperança de que sirva de guia para Tite, que acompanhou as partidas in loco e chegou a auxiliar Micale na Granja Comary.
O chamado “jogo bonito”, expressão que se popularizou no mundo todo graças ao talento dos jogadores brasileiros, não se via há muito tempo. A última seleção que efetivamente encantou o mundo com dribles, gols e fantasia foi enterrada com o fracasso na Copa do Mundo de 2006. Neste caso, o “caos” protagonizado por Adriano, Ronaldo, Ronaldinho e cia era outro, e o Brasil errou ao colocar a qualidade técnica e a falta de profissionalismo no mesmo balaio. Durante as duas eras Dunga (2006 a 2010 e 2014 a 2016) e a segunda passagem de Luiz Felipe Scolari (2012 a 2014), o jogo da seleção era baseado em comprometimento, afinidade entre comissão e os atletas, força física e, sobretudo, no resultado. Vencer era o único que importava. E foi assim que perdemos tudo.
O último treinador a tentar dar um padrão de jogo definido ao time foi Mano Menezes, que também cometeu erros, mas foi demitido quando seu trabalho dava os primeiros sinais de desenvolvimento. Quando Mano foi demitido? Pouco após o fracasso na Olimpíada de Londres, na qual o time – que contava Oscar, Paulo Henrique Ganso, Alexandre Pato, Leandro Damião e outros talentosos atletas que jamais se confirmaram craques – decepcionou na decisão contra o México. É preciso também evitar outro erro: a Olimpíada não pode ser ilusória, como as conquistas da Copa das Confederações de 2009 e 2013. A vitória deste sábado no Maracanã é apenas o primeiro passo e nada significará caso a estrutura do futebol continue a mesma. O “jogo bonito” depende também da capacidade (e honestidade) dos cartolas brasileiros.
1/74 Neymar comemora a medalha de ouro com seu filho (Ivan Pacheco/VEJA.com)
2/74 Renato Augusto comemora após marcar gol de pênalti sobre a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
3/74 Neymar comemora após marcar gol de pênalti sobre a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
4/74 Weverton comemora com Neymar a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Ivan Pacheco/VEJA.com)
5/74 Neymar comemora a medalha de ouro com seu filho (Ivan Pacheco/VEJA.com)
6/74 Jogadores do Brasil comemoram a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Ivan Pacheco/VEJA.com)
7/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
8/74 Neymar recebe a medalha de ouro após Brasil vencer a Alemanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
9/74 Neymar comemora a medalha de ouro com seu filho (Ivan Pacheco/VEJA.com)
10/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
11/74 Jogadores do Brasil comemoram a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Ivan Pacheco/VEJA.com)
12/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
13/74 Jogadores do Brasil comemoram a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Ivan Pacheco/VEJA.com)
14/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
15/74 Neymar chora após conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
16/74 Neymar recebe a medalha de ouro após Brasil vencer a Alemanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
17/74 Jogadores do Brasil se emocionam após conquistarem a medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
18/74 O goleiro Weverton defende pênalti cobrado por Nils Petersen, da Alemanha, na final do futebol masculino no Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)
19/74 Neymar chora após conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
20/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
21/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
22/74 Renato Augusto comemora após marcar gol de pênalti sobre a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
23/74 O goleiro Weverton defende pênalti cobrado por Nils Petersen, da Alemanha, na final do futebol masculino no Maracanã (Daniel Kfouri/VEJA)
24/74 O goleiro Weverton defende pênalti cobrado por Nils Petersen, da Alemanha, na final do futebol masculino no Maracanã (Daniel Kfouri/VEJA)
25/74 Em cobrança de falta perfeita, Neymar abre o placar para o Brasil sobre a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
26/74 Neymar durante a final contra a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
27/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
28/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
29/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
30/74 Neymar recebe a medalha de ouro após Brasil vencer a Alemanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
31/74 Jogadores do Brasil comemoram a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Daniel Kfouri/VEJA)
32/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
33/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
34/74 Neymar cobra pênalti na final contra a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
35/74 Neymar abraça o técnico Rogério Micale, após a conquista do primeiro ouro olímpico do futebol (Daniel Kfouri/VEJA)
36/74 Neymar recebe a medalha de ouro após Brasil vencer a Alemanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
37/74 O goleiro Weverton comemora após defender pênalti, na final do futebol masculino no Maracanã (Daniel Kfouri/VEJA)
38/74 Neymar faz gesto para Usain Bolt após marcar gol de de falta sobre a Alemanha, na final do futebol masculino nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
39/74 Marquinhos comemora após marcar gol de pênalti sobre a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
40/74 Neymar se prepara para cobrar pênalti na final contra a Alemanha (Daniel Kfouri/VEJA)
41/74 Neymar se prepara para cobrar pênalti na final contra a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
42/74 Jogadores do Brasil comemoram a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Daniel Kfouri/VEJA)
43/74 Neymar chora após conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016 (Daniel Kfouri/VEJA)
44/74 Rio 2016
Brasil x Alemanha, final Rio 2016
Foto: Daniel Kfouri (Daniel Kfouri/VEJA)
45/74 Jogadores do Brasil conquistam a medalha de ouro após vencerem a Alemanha (Leonhard Foeger/Reuters)
46/74 Neymar comemora após marcar gol de pênalti sobre a Alemanha (Laurence Griffiths/Getty Images)
47/74 Gabriel Jesus, Neymar e Gabriel Barbosa, recebem a medalha de ouro após vencerem a Alemanha nos pênaltis (Martin Bernetti/AFP)
48/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
49/74 O goleiro Timo Horn, da Alemanha, não consegue evitar gol, após cobrança pe (Ivan Pacheco/VEJA.com)
50/74 Jogadores do Brasil comemoram gol marcado por Neymar, na final contra a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
51/74 O goleiro Weverton comemora após defender pênalti, na final do futebol masculino no Maracanã (Martin Bernetti/AFP)
52/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
53/74 Max Meyer, da Alemanha, marca o gol de empate sobre o Brasil (Ivan Pacheco/VEJA.com)
54/74 Renato Augusto disputa a bola na partida contra a Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
55/74 Jogadores do Brasil comemoram gol marcado por Neymar, na final contra a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
56/74 Neymar comemora gol sobre a Alemanha, na final do futebol masculino nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
57/74 Neymar comemora gol sobre a Alemanha, na final do futebol masculino nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
58/74 Gabriel Jesus disputa a bola na partida contra a Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
59/74 Neymar faz gesto para Usain Bolt após marcar gol de de falta sobre a Alemanha, na final do futebol masculino nas Olimpíadas Rio 2016 (Murad Sezer/Reuters)
60/74 O goleiro Timo Horn, da Alemanha, não consegue evitar gol, após cobrança pe (Ivan Pacheco/VEJA.com)
61/74(Ivan Pacheco/VEJA.com)
62/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
63/74 Renato Augusto disputa a bola na partida contra a Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
64/74 Neymar durante a final contra a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
65/74 Lance na partida entre Brasil e Alemanha, pela final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
66/74 O goleiro Timo Horn, da Alemanha, não consegue evitar gol, após cobrança pe (Buda Mendes/Getty Images)
67/74 Neymar durante final contra a Alemanha, nas Olimpíadas Rio 2016 (Ivan Pacheco/VEJA.com)
68/74 Torcedor do Brasil durante a final do futebol masculino contra a Alemanha, no Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)
69/74 Torcedores do Brasil durante a final do futebol masculino contra a Alemanha, no Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)
70/74 Torcedores do Brasil durante a final do futebol masculino contra a Alemanha, no Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)
71/74 Torcedor da Alemanha comparece no Maracanã para a final do futebol masculino contra o Brasil (Ivan Pacheco/VEJA.com)
72/74 Torcedor do Brasil exibe bandeira na final do futebol masculino contra a Alemanha, no Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)
73/74 Torcedor da Alemanha comparece no Maracanã para a final do futebol masculino contra o Brasil (Ivan Pacheco/VEJA.com)
74/74 Torcedora do Brasil comparece no Maracanã para a final do futebol masculino contra a Alemanha (Ivan Pacheco/VEJA.com)
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui.
Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo de VEJA. Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app (celular/tablet).
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
a partir de R$ 39,90/mês
MELHOR OFERTA
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet. Edições de Veja liberadas no App de maneira imediata.