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O império do 3D

Avatar foi só o começo. Os cinemas estão cheios de filmes em três dimensões, TVs já exibem programas usando a tecnologia, e a maior fabricante de videogames do planeta prepara seu aparelho 3D

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h16 - Publicado em 23 jul 2010, 23h09

Foram precisos 12 anos, US$ 237 milhões e um diretor premiado com o Oscar para fazer o cinema em três dimensões deixar o gueto nerd e se tornar um fenômeno de massa. Desde que estreou, no final de dezembro do ano passado, Avatar quebrou recordes de público e de bilheteria, arrecadando quase US$ 3 bilhões. E, ao se tornar a maior bilheteria da história do cinema, o filme do diretor James Cameron deu início a uma corrida que deve terminar na sala da sua casa, onde televisores e videogames com tecnologia 3D substituirão em breve os aparelhos tradicionais.

Nos cinemas, filmes 3D são cada vez mais numerosos. Em 2009, 13 longa-metragens foram lançados com essa tecnologia, incluindo Avatar. Até o final de 2010, serão 25, quase o dobro. E, ano que vem, espera-se que o total de filmes seja ainda maior, somando 31. Não é difícil prever que o público afeito ao 3D vai querer a mesma experiência em casa, na forma de televisores equipados com a tecnologia.

Aparelhos com óculos especiais existem desde 1989 – os primeiros foram fabricados pela empresa americana 3DTV Corp – mas só agora as gigantes do ramo, como a Sony, LG e Samsung, estão investindo em modelos capazes de reproduzir o conteúdo tridimensional. Alguns até realizam a façanha de converter imagens convencionais para 3D.

O problema inicial é que, por enquanto, as TVs são caras, com preços que variam entre R$ 6.000 e R$ 15.000, além de precisarem de óculos especiais para que o efeito 3D seja percebido. No Brasil, muitos dos primeiros clientes só tiveram acesso aos primeiros televisores vendidos no país no mês passado. “Se até a copa de 2014 o televisor 3D virar um padrão, ele irá custar o mesmo que os LCDs de hoje”, afirma o economista Alberto Serrentino, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza, empresa de consultoria de consumo. “Mas para isso deverá existir uma quantidade de conteúdo televisivo suficiente para justificar a compra”.

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Por enquanto, a Rede TV é a única emissora brasileira transmitindo algum conteúdo 3D na TV aberta. As transmissões começaram no dia 23 de maio, com o programa Pânico na TV. Entre as operadoras de canais por assinatura, a NET fez a primeira transmissão 3D mostrando o carnaval deste ano em parceria com a TV Globo. No momento, a maioria das emissoras está se concentrando em exibir a programação em alta definição completa (Full HD), para depois investir na tecnologia 3D. A Copa do Mundo da África do Sul serviu, porém, de laboratório para iniciativas do gênero. A TV Globo exibiu algumas partidas do Brasil em cinemas da rede Cinemark, em caráter de teste, utilizando a tecnologia tridimensional. Apesar disso, a emissora não possui planos definidos no momento para o 3D.

Olhando para o futuro, mais precisamente para 2014, pesquisadores de São Paulo e Minas Gerais deverão transmitir jogos da Copa do Mundo que será realizada no Brasil para cinemas do mundo todo utilizando uma tecnologia de ponta chamada 4K. A técnica utiliza uma resolução quatro vezes maior que o cinema atual. O projeto 2014k mostrou as caras em maio, durante uma partida entre Grêmio e Internacional, pelo final do Campeonato Gaúcho. As imagens viraram um clipe de 10 minutos exibido utilizando uma técnica 100% brasileira em Joanesburgo, durante a copa da África do Sul.

Videogames – O mundo dos videogames ainda está à espera de seu Avatar, o jogo que vai popularizar a tecnologia. Mas, desde abril, o Sony PlayStation 3, possui quatro jogos que utilizam a tecnologia 3D.

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O principal candidato a Avatar dos games não é um jogo, e sim um videogame portátil. A maior fabricantes de videogame do mundo, a japonesa Nintendo – depois de ter lançado o Virtual Boy, em 1995, primeiro videogame do mundo capaz de promover a sensação 3D – vai lançar em março de 2011 a versão 3D do videogame portátil mais vendido na história da humanidade: o Nintendo 3DS.

A empresa tenta fazer as pazes com a tecnologia depois do fracasso que foi o Virtual Boy, colocado à venda há 15 anos e retirado do mercado apenas um ano depois. O produto era tão ruim, que a própria Nintendo recomendava que não se jogasse mais do que 30 minutos por vez, dando descanso aos olhos. O videogame consistia em capacete que, acoplado à cabeça, exibia uma imagem monocromática vermelha.

Desta vez, a Nintendo deixou o capacete de lado. O 3DS usurá uma tecnologia chamada barreira de paralaxe, que dispensa o uso de óculos. E nada de imagens monocromáticas, todos os jogos serão coloridos. Se fizer tanto sucesso quanto o Nintendo DS, que já vendeu 129 milhões de unidades desde o seu lançamento, em 2004, será o fim dos jogos em apenas duas dimensões.

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