EUA espionaram Netanyahu, Berlusconi e Ban Ki-moon
Nos documentos obtidos pelo Wikileaks, Benjamin Netanyahu pede a Silvio Berlusconi ajuda para lidar com o governo americano liderado pelo presidente Barack Obama
O site Wikileaks publicou na noite desta segunda-feira novos documentos que revelam o alcance da espionagem praticada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, sigla em inglês). Líderes mundiais como o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu; o ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, também foram alvos da inteligência americana entre 2007 e 2011.
Em seu site, a organização criada por Julian Assange revelou que a NSA realizou escutas secretas em um encontro entre Ban e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel,que já tinha sido monitorada pelos serviços de inteligência dos EUA em outras ocasiões. O Wikileaks também informou sobre a espionagem americana em uma conversa entre Netanyahu e Berlusconi, assim como em um encontro entre responsáveis de comércio da União Europeia (UE) e do Japão, e em uma reunião privada entre Berlusconi, Merkel e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.
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Nos documentos obtidos pelo Wikileaks, Merkel e Ban conversam sobre como lutar contra a mudança climática, Netanyahu pede a Berlusconi ajuda para lidar com o governo dos EUA liderado pelo presidente Barack Obama, e Sarkozy alerta ao ex-primeiro-ministro da Itália sobre os perigos do sistema bancário de seu país. “Será interessante ver a reação da ONU. Se o secretário-geral pode ser um alvo da espionagem dos EUA sem nenhuma consequência, então qualquer um, desde um líder mundial a um varredor de rua, estaria em risco”, disse Assange. Os EUA e os demais governos citados nos documentos ainda não se pronunciaram sobre o caso.
O Wikileaks passou a estampar as manchetes dos jornais entre julho e outubro de 2010 após publicar documentos secretos da guerra do Afeganistão e da Segunda Guerra do Iraque, a partir de vazamentos fornecidos pela militar americana Chelsea Manning.
(Da redação)