DSK passará a noite preso para investigação de escândalo
Ao término do interrogatório, Strauss-Kahn pode ser posto em liberdade sem acusações ou processado pelos crimes de favorecimento da prostituição e desvio de recursos públicos
O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, passará a noite preso em Lille, no norte da França. O juiz que instrui a investigação de um caso de prostituição e desvio de fundos decidiu prolongar o interrogatório iniciado nesta terça-feira. O magistrado continuará perguntando a Strauss-Kahn sobre seu papel em uma rede de prostituição, que organizou encontros sexuais dos quais participou o político francês.
Entenda o caso
- • Em 14 de maio, o francês Dominique Strauss-Kahn foi preso, acusado de abuso sexual pela camareira de um hotel de luxo de Nova York. Uma semana depois, foi colocado em prisão domiciliar.
- • Como consequência do escândalo, foi obrigado a renunciar à chefia do FMI e à candidatura à Presidência da França em 2012 – para a qual era um dos favoritos.
- • Um mês depois, porém, o caso sofre uma reviravolta: promotores passam a duvidar da credibilidade da vítima, que mentiu nos depoimentos, e DSK ganha liberdade condicional.
- • No dia 23 de agosto de 2011, um juiz em Nova York decide retirar todas as acusações contra ele, encerrando o caso.
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Strauss-Kahn, de 62 anos, chegou na primeira hora desta terça à delegacia de Lille. A lei permite manter uma testemunha sob detenção até 96 horas, embora talvez o ex-responsável do FMI não permaneça mais de 48. Ao término do interrogatório, Strauss-Kahn pode ser posto em liberdade sem acusações ou processado pelos crimes de favorecimento da prostituição e desvio de recursos públicos, pelos quais pode ser condenado a penas de até 20 anos de prisão. A polícia tenta elucidar a responsabilidade de Strauss-Kahn em uma rede de prostituição pela qual já foram processadas oito pessoas.
O político participou de festas em Lille, Paris e Washington, organizadas por amigos, nas quais havia prostitutas. A última delas ocorreu às vésperas do dia 14 de maio de 2011, quando foi detido em Nova York após a denúncia de estupro apresentada por uma camareira de hotel. À ocasião, ele se viu obrigado a renunciar ao comando do FMI. Desta vez, os investigadores tentam determinar se Strauss-Kahn participava da rede ou, como assegura a maioria das testemunhas, participava desses encontros sem saber que as mulheres presentes eram prostitutas.
(Com agência EFE)