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Em favela do Rio, diretora de escola busca protagonismo de alunos

Flávia Rezek conta a experiência de transformar uma escola localizada em comunidade conflagrada em uma das melhores do Brasil

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2018, 18h40 - Publicado em 29 Maio 2018, 16h08

A carência de melhores condições de estrutura está longe de ser a maior dificuldade que a professora Flávia Rezek tem como diretora da Escola Municipal Rio de Janeiro. Localizada no centro da favela do Jacaré, uma comunidade conflagrada, a unidade precisou ficar fechada por onze dias em 2017 por conta de riscos à segurança dos alunos. Mesmo assim, a instituição tem alguns dos melhores resultados do país no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Sobre a experiência, a professora diz que o segredo é “o compromisso” de todos em uma ideia, que chama de “a busca pelo protagonismo juvenil”. “Precisamos conscientizar o aluno de que ele tem que ser o dono do seu conhecimento. Eu já aprendi. Digo para eles: ‘o aprendizado não é para mim, é para você’, porque eles são os donos do saber deles.”

Flávia Rezek foi entrevistada pelo colunista Ricardo Noblat durante o fórum Amarelas ao Vivo. A convite do jornalista, os dois filhos da professora, Arthur e Ricardo, também estiveram no palco e contaram outras razões para o sucesso da professora, ganhadora do Prêmio Veja-se na categoria Educação, no ano passado, pelo trabalho na direção.

“Ela tem uma relação verdadeiramente pessoal com os alunos, brinca quando tem que brincar e fala sério quando é para falar sério. Esse é o diferencial”, diz Arthur, que passou pela escola no Ensino Fundamental e hoje cursa o Ensino Médio em uma instituição particular com bolsa por bom rendimento. “Eu sempre vejo um aluno na sala dela. Sempre. Ou é brincando ou é brigando, mas mais brincando”, completa Ricardo, que vai para a Escola Municipal Rio de Janeiro no ano que vem.

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Diante das revelações dos filhos, a professora se soltou e admitiu que acaba proporcionando uma acolhida pessoal aos estudantes. “Eles me ligam, mandam mensagem sempre, para perguntar e conversar sobre qualquer coisa, coisas da vida pessoal deles. As crianças demandam muito a nossa atenção, e nossa equipe tem um compromisso muito grande com elas”, afirma.

Ela diz que faz questão de conversar com os pais e trazê-los para dentro da escola. “Eles têm que olhar os cadernos. Se estão vazios, tem algo de errado, porque não basta só estar lá dentro, tem que ver se realmente está estudando, participando.”

Do ponto de vista pedagógico, a escola tem outras inovações, como o oferecimento de disciplinas eletivas (da dança à matemática financeira) e o sistema de tutoria, que é a atribuição de um professor para resolver os dilemas de cada turma, seja quais forem, de uma questão de estrutura a uma resolução pacífica de um desentendimento entre dois estudantes. “Ouvimos tudo que os alunos têm a dizer. Na minha porta tem a placa ‘entre sem bater'”, contou.

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