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Para especialista, Executivo não implementa políticas públicas de educação

Superintendente da Fundação Itaú Social, Angela Dannemann defende participação mais ativa da sociedade como forma de transformar sistema educacional

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2018, 18h41 - Publicado em 29 Maio 2018, 12h26

A educação precisa sair do círculo vicioso de ser uma pauta simpática aos eleitores, mas, na prática, ficar apenas em discursos vagos de políticos, sem ações concretas. Essa é a avaliação do atual panorama educacional feito por Angela Dannemann, superintendente da Fundação Itaú Social e integrante de um grupo de executivos do terceiro setor, que atua para promover o avanço da educação no Brasil.

“Hoje a educação fica só na fala, não fica na ação. Temos esse problema no Brasil de ficarmos muito no discurso e não na execução. Esses políticos que você citou, Cristovam [Buarque, senador] e Darcy Ribeiro, vão mais para o Legislativo. Mas a lei é só uma parte, depois a política precisa ser implementada, e isso cabe ao Executivo. E os executivos que são eleitos não implementam essa política de educação”, avaliou, em resposta à colunista de VEJA Dora Kramer, que citou políticos ligados à pauta e que não obtiveram sucesso em eleições majoritárias.

Durante participação no fórum Amarelas ao Vivo, edição de palco das tradicionais Páginas Amarelas de VEJA, a pesquisadora falou sobre os esforços para engajar a sociedade em favor do avanço do ensino no país. Ela considera que os bons exemplos indicam a necessidade de pacto entre essas autoridades públicas, pais e professores podem transformar a realidade brasileira.

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“O Ceará, em 2007, decidiu colaborativamente entre o governo e sociedade, em um esforço coletivo, combater o analfabetismo com a participação de todos. Hoje, 2017, dez anos depois, o Ceará não tem mais problema de analfabetismo. E o que aconteceu? Foi um milagre?”, questiona.

Ela reflete que as pessoas com as condições socioeconômicas para integrar grupos que possam atuar na promoção de mudanças estão distantes da escola pública, tampouco matriculam seus filhos nela. “Como nós podemos cobrar uma mudança, nesse caso na educação, em algo por que não nos interessamos?”, prossegue.

Para resolver essas questões, Angela Dannemann defendeu um projeto que será anunciado nas próximas semanas, o #EducaçãoJá. Especialistas de diversas áreas e instituições passaram os últimos meses reunidos com o movimento Todos Pela Educação para formular um conjunto de doze tópicos essenciais para a educação brasileira.

Um deles é a profissionalização do ensino público, com o fim de indicações políticas para as direções de escolas. “Não adianta um administrador cair de paraquedas em uma escola. Ele precisa conhecer como funciona uma escola. O ensino superior também precisa preparar professores para ser diretores”, emendou.

A pesquisadora também defendeu a adoção da Base Comum Curricular como forma de reverter a lógica das escolas de ensino médio, que se pautam apenas por temas cobrados em provas de vestibular. “O exame indica se estamos aprendendo, mas treinar para esse exame é a pior coisa do mundo. E o que a Base faz é colocar um padrão do que deve ser ensinado. Em vez de o exame pautar a escola, agora a Base articula um sistema.”

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