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‘Independence Day 2’: mais badalo que cinema

Filme que dá sequência ao hit de 1996 é quadrado nas sequências de destruição da Terra e peca no roteiro, nos diálogos e no desenvolvimento dos personagens

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jun 2016, 10h03

Vinte anos depois do ataque alienígena que quase dizimou a humanidade em Independence Day, os terráqueos voltam a enfrentar a fúria dos extraterrestres na sequência do longa de Roland Emmerich, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros. Independence Day: o Ressurgimento chega com barulho e com a responsabilidade de dar continuidade a uma produção que marcou época por seus efeitos visuais, levando o Oscar da categoria em 1997, e também pela popularidade que alcançou. Ele foi o filme de maior arrecadação em 1996 (817,4 milhões de dólares no mundo) e ainda é muito lembrado e querido pelo público. O Ressurgimento foi feito, portanto, para agradar a uma vasta plateia afeita a produções grandiosas, recheadas de cenas de ação e de computação gráfica, e nesse quesito cumpre o seu propósito como um blockbuster obediente. Mas, quando o assunto é a qualidade do roteiro, o filme bate na trave. E que pancada.

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A premissa é simples: a tecnologia alienígena deixada na Terra durante a primeira invasão extraterrestre permitiu que a humanidade desenvolvesse armas, naves e bases espaciais melhores, na tentativa de se preparar para um eventual segundo ataque, o que de fato acontece em 2016. Os ETs, por sua vez, não passaram esses vinte anos de férias: eles aprimoraram a sua tecnologia. Com uma nave mãe assustadora, que possui força gravitacional própria, eles dão início a uma nova catástrofe, atingindo pontos turísticos famosos, revolvendo o fundo do Oceano Atlântico e causando inúmeras mortes.

Os Estados Unidos, aqui comandados por uma mulher, a presidente Elizabeth Lanford (Sela Ward), tomam a dianteira no combate ao inimigo, como fizeram em 1996, ajudados por David Levinson (Jeff Goldblum), Brakish Okun (Brent Spiner) e o agora ex-presidente Thomas J. Whitmore (Bill Pullman). O carismático capitão Steven Hiller, de Will Smith, infelizmente, ficou de fora da produção, por motivos não completamente esclarecidos – o ator culpou a agenda apertada, já o diretor disse que ele era “caro demais” para o longa. Em seu lugar, entram os jovens protagonistas Jake (Liam Hemsworth), Dylan (Jessie T. Usher), que é o filho de Hiller, e Patricia (Maika Monroe), a filha do ex-presidente Whitmore.

O filme tenta mostrar que, depois do primeiro ataque, todos os países se uniram para defender a Terra de um novo atentado. Mas não é bem isso o que acontece: o protagonismo fica mesmo com os americanos. Os dois personagens chineses do longa, o Comandante Jiang (Chin Han) e a piloto Rain Lao (a popular Angela Yeung, mais conhecida como Angelababy), parecem ter entrado apenas para agradar ao público da China, que tem um dos maiores mercados exibidores do mundo e contribui decisivamente para o faturamento de uma produção. O filme também apresenta um personagem africano, Dikembe Umbutu (Deobia Oparei), e mostra o impacto que a invasão anterior deixou em uma tribo, mas não tem a decência de especificar o país onde esse grupo mora, identificando o local apenas como “África Central”.

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Todos esses personagens,velhos e novos, enfrentam os extraterrestres em sequências que o fã de ação, principalmente daquela que envolve muita destruição, vai apreciar. São cenas bem feitas, que usam bem o 3D e a tecnologia Imax, e que mantêm o espectador desperto durante toda a sessão. Porém, quem vai assistir ao filme esperando ver uma sequência icônica, tal qual aquela do esfacelamento da Casa Branca do filme de 1996, vai sair decepcionado. Visualmente falando, Independence Day: o Ressurgimento entrega aquilo que o público quer, mas é quadrado, sem inovações ou surpresas.

E o roteiro é problemático. Há furos, como o desaparecimento da mulher de David Levinson, Constance Spano (Margaret Colin), presente no filme de 1996, e o fato de ele ter um novo interesse romântico, a psicóloga Catherine Marceaux (Charlotte Gainsbourg), nesta nova produção, em que nenhum buraco é preenchido. O enredo é previsível, as piadas, que são pretensamente o alívio cômico, são ruins, as histórias que deveriam emocionar são piegas e os personagens, com raras exceções – Levinson é uma delas -, não são nada carismáticos. É um blockbuster, enfim, esquecível.

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