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Câmera subjetiva: solução de ‘Velho Chico’ para Santo é linda

Foi difícil segurar o choro nas cenas em que Olívia e Bento falam com o personagem de Montagner, que responde com frases pinçadas de textos do ator

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 set 2016, 12h03 - Publicado em 27 set 2016, 11h09

Não deve ter sido nada fácil para o elenco de Velho Chico gravar as cenas em que falam com Santo sem que ele, que era interpretado pelo ator Domingos Montagner, morto afogado no rio São Francisco no último dia 16, esteja de fato lá. Mas o resultado, que começou a ser exibido na noite desta segunda-feira pela Rede Globo, é sublime. As sequências em que Bento (Irandhir Santos) fala com o irmão e se declara seu filho mais velho, e que Olívia (Giullia Buscacio) agradece ao pai que a criou por estar presente a seu casamento, foram de fazer chorar.

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Não menos bela foi a cena em que Olívia anuncia a sua gravidez. Ela espera um bebê de Miguel (Gabriel Leone), filho de Santo com Tereza que o agricultor só veio a conhecer já adulto, porque Afrânio (Antonio Fagundes), o Coronel Saruê, forçou a filha a se casar com o agora vilão Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) para não se unir ao inimigo. “Você vai ser avó, Tereza”, a menina diz à personagem de Camila Pitanga, ainda visivelmente abatida pela tragédia que acaba de enfrentar – ela estava com Domingos Montagner no rio, no momento em que o ator se afogou. “Vocês vão ser avós”, corrige Miguel. Estão todos sentados em volta da mesa de Piedade (Zezita Matos), mãe do agricultor: Miguel, Olívia, Tereza, Luzia (Lucy Alves), a mãe de Olívia, Bento e Santo, por cujos olhos o espectador vê toda a cena.

A câmera, subjetiva, balança mais que o normal. Tereza se dirige a ela como se falasse com Santo. “Meu amor, a gente vai ter um neto”, diz. “É”, responde ele, uma palavra pinçada de um dos textos gravados por Montagner ao longo da novela. “Você vai ter um neto, Santo”, repete, mais forte, Tereza. Ao fundo, a trilha orquestral sobe e desce, acentuando a emoção.

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Se poderia causar estranheza em outra situação, o uso da câmera aqui é facilmente compreendido pelo espectador, ciente de tudo o que se passou nos bastidores do folhetim. E é desse pacto entre espectador e obra que depende a verossimilhança, de nada mais.

Em uma novela em que foi muito criticado pelo tom barroco que imprimiu às imagens e longas tomadas, o diretor Luiz Fernando Carvalho mostrou que, é, sim, um dos mais competentes da Globo. O uso da câmera subjetiva, bastante empregada no cinema em filmes como Distrito 9, foi a homenagem perfeita a Domingos Montagner, que segue vivo com a história.

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