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Marchezan Jr é o primeiro prefeito do PSDB eleito em Porto Alegre

Tucano derrota o vice-prefeito Sebastião Melo na capital gaúcha

Por Felipe Frazão Atualizado em 30 out 2016, 19h47 - Publicado em 30 out 2016, 18h26

Seis anos depois de a ex-governadora Yeda Crusius deixar o Palácio Piratini, o PSDB voltará a ser governo no Rio Grande do Sul em janeiro de 2017. Desta vez, porém, na prefeitura de Porto Alegre, feito inédito do partido. O deputado Nelson Marchezan Jr. elegeu-se neste domingo ao derrotar com 60,5% dos votos válidos o atual vice-prefeito, Sebastião Melo, do PMDB, que teve 39,5%.

A vitória de Marchezan Jr tira do poder o grupo que governava a capital há doze anos – ciclo de José Fogaça (PMDB) e José Fortunati (PDT) – e enterra as chances de hegemonia do PMDB, que elegeu em 2014 o governador Ivan Sartori.

A disputa eleitoral ocorreu entre dois candidatos da base do presidente da República, Michel Temer, num Estado em que ele possui aliados muito próximos, como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, ambos peemedebistas.

O maior colégio eleitoral da Região Sul passará a ser administrado por um aliado direto do senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB e um dos pré-candidatos à Presidência da República em 2018, apesar da derrota em 2014. Uma intervenção de Aécio alçou Marchezan Jr ao comando da executiva estadual do PSDB gaúcho no ano passado. A eleição dele passa a ser um ativo importante para Aécio, num cenário de fracasso do tucano João Leite em Belo Horizonte (MG) – e com o sucesso de João Doria, prefeito eleito em São Paulo sob as asas do governador paulista Geraldo Alckmin, adversário interno de Aécio.

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A eleição na capital gaúcha mostrou mais uma reviravolta típica do Estado. Se candidatos de esquerda chegaram a liderar as intenções de voto, Marchezan virou a eleição ainda no fim primeiro turno e liderou todo segundo turno sem ser ameaçado por Melo. Ficaram pelo caminho nomes como Luciana Genro (PSOL) e o ex-prefeito Raul Pont (PT), que teve a presença da presidente cassada Dilma Rousseff na campanha. No segundo turno, o vice-prefeito tentou, sem sucesso, atrair os votos desses candidatos, buscando uma identidade na esquerda, deu enfoque a ações sociais e procurou explorar a falta de experiência administrativa de Marchezan Jr.

Marchezan adotou como prioridade de campanha a segurança pública, no momento em que o Estado governado pelo PMDB e em crise financeira vive uma escalada de criminalidade, conforme mostrou reportagem de capa de VEJA. A audácia dos criminosos e a fragilidade do Estado chegou ao ponto de um jovem ser executado a tiros no saguão do aeroporto de Porto Alegre. O símbolo do caos continua o Presídio Central, dominado por facções locais, motivo de cobranças internacional ao país, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

O segundo turno ficou marcado pela morte de um coordenador da campanha do PMDB, Plínio Zalewski, em circusntâncias ainda não esclarecidas pela Polícia Civil, mas tratada pelas autoridades como suicídio. O corpo foi encontrado ao lado de um bilhete ensanguentado e com um corte profundo no pescoço na sede do partido, em 17 de outubro. No mesmo dia, Marchezan veio a público dizer que seu comitê de campanha havia sido alvo de um atentado com arma de fogo, por duas vezes, com mais de uma dezena de disparos. Divulgou um vídeo em que as vidraças do edifício eram quebradas e funcionários mergulhavam no chão para se proteger. Acionada, a Polícia Federal concluiu em perícia que o incidente foi causado rajadas de vento em meio a uma tempestade na capital gaúcha. Por isso, passou a ser chamado por Melo de o deputado que “inventou um atentado”.

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Em cenário de queda de receitas, o tucano prometeu assumir uma posição de protagonismo no combate à criminalidade – tarefa constitucionalmente delegada ao governador. A promessa mais vendida por ele foi investir em inteligência policial, implantar sistemas reconhecimento facial nas câmeras [pardais] e identificação em bilhetagem eletrônica no transporte público, além de cercar com as câmeras as entradas da capital gaúcho. Promessas que – isoladas – dificilmente resolveriam o problema conjuntural da segurança.

 

Filho do ex-deputado Nelson Marchezan (Arena, PDS e PSDB), o prefeito eleito é formado em Direito, identificado com empreendedorismo e passou pela gestão do governador Germano Rigotto (PMDB). Ele completa 45 anos no fim de novembro. Favorável ao impeachment, protagonizou discussões ríspidas na Câmara e ganhou trânsito entre militantes jovens do Movimento Brasil Livre. Marchezan prometeu desenvolver Parcerias Público-Privadas (PPPs) e reduzir a estrutura e a burocracia da máquina municipal. Além de informatizar protocolos e agilizar os atendimentos, até por telefone, na saúde pública.

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