Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Respondemos ‘inúmeras vezes’ à Pfizer em 2020, diz Pazuello

Após adiamento e com habeas corpus, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é questionado na CPI sobre colapso em Manaus, vacinas e cloroquina

Por Da Redação
Atualizado em 19 Maio 2021, 16h14 - Publicado em 19 Maio 2021, 06h43

Após adiamento e obtenção de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio em perguntas que possam produzir provas contra si, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello presta depoimento à CPI da Pandemia nesta quarta-feira, 19. A audiência era uma das mais aguardadas pelos integrantes da comissão, uma vez que o general da ativa foi o mais longevo titular da pasta durante a pandemia.

Terceiro ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, Pazuello é questionado sobre sua conduta nos dez meses em que esteve à frente do ministério. Em uma das primeiras respostas ao relator Renan Calheiros , afirmou que nunca “recebeu ordens diretas pra nada” do presidente Jair Bolsonaro. Assumiu, portanto, a autoria de todos os atos no seu período à frente da pasta. A declaração ocorreu depois que Calheiros o questionou se sua nomeação deu-se sob a condição de cumprimento de alguma ordem específica, como a recomendação de tratamento precoce para Covid, como cloroquina ou outros medicamentos.

Mais adiante, Pazuello afirmou que respostas à Pfizer foram dadas ‘inúmeras vezes’ desde agosto de 2020, contrariando o depoimento do ex-presidente da faramacêutica no Brasil, Carlos Murillo. O executivo havia afirmado à comissão que, apenas naquele ano, cinco ofertas da empresa foram ignoradas pelo governo.

O ex-chefe da Saúde negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha lhe dado ordens para desfazer um acordo com o Butantan para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pelo instituto paulista em parceria com a chinesa Sinovac. O próprio Bolsonaro, no entanto, declarou publicamente e alardeou nas redes sociais, dois dias após a assinatura do protocolo de intenções, em 19 de outubro de 2020, que havia mandado cancelar o acerto. “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, disse.

Depois da declaração do presidente, atribuída pelo ex-ministro a uma reação de Bolsonaro ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Pazuello deu a notória declaração de que “é simples assim: um manda e o outro obedece” — agora classificada por ele como mero “jargão de internet”.

Continua após a publicidade

Os senadores ainda fizeram perguntas sobre temas como postura governamental na pandemia, isolamento social, atrasos e omissões do governo na compra de vacinas, colapso no sistema de Saúde em Manaus, orientações para produção, compra e uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina, e omissão de dados.

LEIA TAMBÉM: Pazuello será cobrado a entregar nomes de envolvidos no caos da Saúde

Inicialmente, o ex-ministro seria ouvido no dia 5 de maio, mas um dia antes o Comando do Exército informou à CPI da Covid que o ex-ministro estava em quarentena após ter tido contato com duas pessoas com Covid-19. Dias antes, Pazuello foi fotografado andando sem máscara em um shopping de Manaus.

No documento enviado por Pazuello e encaminhado pelo Comando do Exército à comissão, o ex-ministro afirmou que poderia manter a data da audiência, com sua participação ocorrendo de forma remota, ou o depoimento poderia ser adiado. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), optou pelo adiamento.

Continua após a publicidade

Na última sexta-feira, 14, Pazuello obteve habeas corpus no STF para ficar em silêncio na CPI, com o objetivo de não produzir provas contra si. Porém, ele deverá responder sobre fatos relacionados a terceiros. Por causa disso, segundo a coluna Radar, senadores se prepararam para questionar o ex-ministro sobre outros envolvidos na tomada de decisões na pandemia.

Vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) garantiu que recebeu com “serenidade e tranquilidade” a decisão do STF. Para o parlamentar, o depoimento de Pazuello não é o único meio de buscar a verdade e a comissão vai continuar seu trabalho de investigação. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e os senadores Randolfe, Girão e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) são os autores dos requerimentos de convocação de Pazuello.

OUTROS DEPOIMENTOS

Este será o oitavo dia de audiências na CPI que apura ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da crise sanitária, bem como eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Já foram ouvidos os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten, Carlos Murillo, representante da farmacêutica Pfizer e o ex-chanceler Ernesto Araújo.

(Com Agência Senado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.