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Delta recebe da União em contas bancárias no Rio

Levantamento reforça necessidade de não restringir investigações à Região Centro-Oeste. Delta recebeu R$ 1 bilhão do governo em três bancos do Rio

Por Da Redação
23 Maio 2012, 12h58

Com o silêncio do bicheiro Carlinhos Cachoeira, centro do esquema de corrupção investigado na CPI batizada com seu sobrenome no Congresso Nacional, os parlamentares resolveram mirar na construtora Delta. Logo após o espetáculo protagonizado por Cachoeira, que permaneceu calado durante duas horas e meia do que seria seu depoimento – o mais esperado da CPI -, o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que há “fortes indícios” de que a matriz da Delta enviou dinheiro a “laranjas” do contraventor e a empresas ligadas à organização criminosa. A CPI deve avançar na quebra de sigilo nacional da empreiteira.

Levantamento feito pela ONG Contas Abertas reforça a necessidade de não restringir as investigações à Região Centro-Oeste, onde atuava o ex-diretor Cláudio Abreu. A ONG analisou as movimentações financeiras da empresa. E constatou que, de 2011 até agora, a Delta recebeu cerca de 1 bilhão de reais do governo federal por meio de contas existentes no Rio de Janeiro em três bancos – Banco do Brasil, Bradesco e Safra. A única exceção foi um pagamento efetuado na Caixa Econômica Federal (CEF), em Goiânia.

Segundo o estudo, o Banco Safra abriga a conta bancária através da qual a Delta recebeu 90% dos valores pagos pela União (903 milhões de reais). A agência fica no Centro da capital fluminense. Um agência do Banco do Brasil, na zona sul do Rio, ficou em segundo lugar entre as instituições financeiras por onde circulam os recursos do Orçamento Geral da União em favor da Delta. Em 2012, também foram observadas movimentações em uma agência do Bradesco, no centro.

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Clique aqui e leia a reportagem completa da ONG Contas Abertas

Vínculo – Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), os dados evidenciam que será em vão a tentativa de centralizar as investigações na representação goiana da Delta. “Quando a CPI quebrar o sigilo da Delta de maneira nacional, certamente ficará claro o vínculo da matriz com o governo federal, que foi onde a construtora mais cresceu, juntamente com o governo estadual do Rio de Janeiro, impulsionada principalmente pelos obras do Programa de Aceleração do Crescimento”, explicou.

Até agora, a CPI não aprovou a quebra do sigilo nacional da Delta por falta de indícios. E livrou ainda da investigação o presidente licenciado da empreiteira, Fernando Cavendish, além de não ter aprovado a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de governadores e parlamentares a serem convocados para explicar as relações com Cachoeira

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Depois do silêncio de Cachoeira, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disser ter sido um “erro” não aprovar a quebra do sigilo bancário e fiscal da Delta nacional. “A CPI precisa olhar adiante, precisa detalhar a análise e quebrar o sigilo bancário e fiscal da Delta nacional, além de convocar Fernando Cavendish e os governadores do Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro”, afirmou.

Laudo da PF – Segundo reportagem publicada na edição de domingo do jornal Folha de S. Paulo, laudo da Polícia Federal (PF) mostrou que a Delta enviou dinheiro a partir de agências de instituições financeiras no Rio a empresas de fachada no Centro-Oeste. Os pagamentos foram feitos via contas bancárias com o CNPJ nacional da Delta.

Isso fragiliza o argumento da CPI do Cachoeira para limitar a investigação sobre a Delta ao Centro-Oeste e mostra que a empresa não permitia operações financeiras sem o conhecimento da matriz.

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