Padrasto de Joaquim denunciou sumiço do menino à PM
Guilherme Longo havia dito que sua mulher, Natália Ponte, teria comunicado à polícia o desaparecimento de Joaquim, mas gravação desmente depoimento

Um áudio do padrasto do menino Joaquim, Guilherme Longo, falando com Polícia Militar (PM) pelo serviço 190 revelou que foi ele quem telefonou denunciando o sumiço do garoto e não a mãe, a psicóloga Natalia Ponte, como Longo havia declarado em depoimento anterior. Na gravação, o padrasto disse que o menino não era de se esconder e que ele e a mulher não sabiam o que tinha ocorrido.
“A gente o colocou para dormir. A gente foi dormir. Na hora em que a gente acordou, ele não estava mais”, disse o padrasto ao policial, que desconfiou do fato de a criança ter sumido sozinha.
O pai de Joaquim, Arthur Paes, disse ao Fantástico, da TV Globo, que já tinha pedido que o menino fosse morar com ele, porque o padrasto usava drogas. A polícia já ouviu Natalia e Longo e afirmou que há muitas contradições nos depoimentos.
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Histórico – O menino Joaquim Ponte Marques estava desaparecido desde o dia 5 de novembro. O corpo do garoto foi encontrado por um fazendeiro na noite do dia 10 de novembro, dentro do Rio Pardo, em Barretos (SP), a 150 quilômetros de onde Joaquim morava com a mãe e o padrasto. O menino estava com o pijama que usava para dormir no dia em que sumiu, e foi reconhecido pela mãe e pelo pai.
Segundo a polícia e o Ministério Público, há indícios de participação de Natalia e de Longo no sumiço do menino – o que ambos negam. Joaquim sumiu de madrugada e os dois dizem que estavam dormindo naquele momento.
Exames – Os policiais ainda aguardam os laudos que devem apontar a causa da morte de Joaquim, mas exames preliminares mostraram que não havia água nos pulmões da criança, que, portanto, teria sido morta antes de ser jogada no rio. Os investigadores suspeitam de agressão ou envenenamento. “A hipótese de que ele [Joaquim] teria sido morto e jogado no rio foi confirmada, mas ainda é preciso saber o que o matou”, disse o delegado João Osinski Júnior, diretor do Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).
No dia seguinte ao desaparecimento, a polícia solicitou a prisão temporária do casal, mas a Justiça negou o pedido, sob a alegação de que eles estavam colaborando na investigação. Um dia depois de o corpo ser encontrado, o delegado pediu novamente a detenção do casal. A Justiça aceitou o pedido de prisão preventiva e ambos devem permanecer presos por pelo menos trinta dias em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
(Com Estadão Conteúdo)