Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Às pressas, governo contrata 3 000 homens para segurança olímpica

Força Nacional iniciou o cadastro de policiais e bombeiros inativos para fazer as operações de revista e raio-X nas arenas olímpicas

Por Leslie Leitão Atualizado em 29 jul 2016, 15h22 - Publicado em 28 jul 2016, 22h48

No dia em que o site de VEJA revelou a falta de segurança das instalações olímpicas em virtude da ausência da empresa contratada para operar o Mag & Bag (revista magnética e de bolsas através do raio-X), o Ministério da Justiça resolveu agir para tentar evitar um colapso anunciado. Nesta quinta-feira, a apenas oito dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, a Força Nacional iniciou um processo de cadastramento e seleção de policiais militares e bombeiros inativos de todo o país. A missão é contratar 3 000 homens que ocuparão a lacuna deixada pela Artel Recursos Humanos, minúscula empresa de Navegantes, em Santa Catarina, que mesmo sem ter qualquer experiência no ramo, ganhou a licitação e abocanhou o contrato de 17,3 milhões de reais da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) para fazer o controle eletrônico das 49 instalações.

Leia também: Instalações olímpicas ainda não têm serviço de revista

O desespero é tanto que, na página da Diretoria de Inativos e Pensionistas da PM do Rio de Janeiro na internet, por exemplo, um alerta foi colocado em letras garrafais: “Inativos que queiram trabalhar na Olimpíada e Paralimpíada Rio 2016”. A primeira exigência é que os policiais estejam na reserva há no máximo cinco anos. O texto explica que os escolhidos teriam as mesmas condições de alojamento e remuneração dos agentes da Força Nacional, ou seja, uma diária de 550 reais. Os inativos, no entanto, não podem residir na capital ou na região metropolitana: “Os indicados devem possuir endereço residencial em municípios do interior”, diz o texto.

Outro fato curioso é que o texto da DIP explica que o pernoite será feito no mesmo alojamento da Força Nacional, que está em edifícios populares construídos na favela Gardênia Azul, em Jacarepaguá. Com um alerta: “Destaque-se que as condições de hospedagem não são ideais e eventualmente os recrutados podem precisar providenciar colchões e transporte para os locais de trabalho”. A alimentação também será por conta dos contratados.

Estádio Olímpico do Engenhão: máquinas paradas e sem funcionários da Artel, empresa que recebeu 17 milhões para a função
Estádio do Engenhão: máquinas paradas (VEJA)

Na terça-feira, o diretor de segurança do Comitê Organizador Rio-2016, Luiz Fernando Corrêa, já havia enviado um email para seus pares alertando para a possibilidade de um colapso em virtude da falta de condições da Artel em prestar o serviço para qual havia sido contratada. “A verdade é que não sabemos ao certo quantos pessoas a Artel conseguirá colocar. Então, estamos agora atrás desses 3 000 para garantir uma condição mínima dessa operação”, explica um integrante da Sesge, lembrando que a empresa deveria contar com 6 000 funcionários treinados para a operação do Mag & Bag.

Ainda não se sabe também se a contratação será feita pela Força Nacional ou pela própria Sesge. O que se sabe é que os policiais recrutados, assim que chegarem ao Rio, passarão por um treinamento intensivo para aprender a operar o sistema. Para um integrante da alta cúpula da Rio-2016, a melhor solução seria a mesma adotada em Londres-2012: “Eu jogaria no colo do exército. Em três dias eles colocam um pelotão aqui para resolver o problema”, diz. Na capital inglesa, quatro anos atrás, a empresa que faria este trabalho também se disse incapaz de realizar o serviço, que acabou sendo feito pelas Forças Armadas.

Outro problema que vem tentando ser contornado é em relação ao efetivo da Força Nacional. A previsão inicial da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos era de contar com 9 600 homens, mas muitos estados não enviaram. Minas Gerais, por exemplo, ficou de enviar 1 000 e enviou apenas 100 policiais. Na semana passada, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, conseguiu, junto ao governo de São Paulo, garantir o envio de 1 000 PMs paulistas. Com isso, o número da Força Nacional chegará próximo dos 6 000 durante os Jogos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.