Às pressas, governo contrata 3 000 homens para segurança olímpica
Força Nacional iniciou o cadastro de policiais e bombeiros inativos para fazer as operações de revista e raio-X nas arenas olímpicas

No dia em que o site de VEJA revelou a falta de segurança das instalações olímpicas em virtude da ausência da empresa contratada para operar o Mag & Bag (revista magnética e de bolsas através do raio-X), o Ministério da Justiça resolveu agir para tentar evitar um colapso anunciado. Nesta quinta-feira, a apenas oito dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, a Força Nacional iniciou um processo de cadastramento e seleção de policiais militares e bombeiros inativos de todo o país. A missão é contratar 3 000 homens que ocuparão a lacuna deixada pela Artel Recursos Humanos, minúscula empresa de Navegantes, em Santa Catarina, que mesmo sem ter qualquer experiência no ramo, ganhou a licitação e abocanhou o contrato de 17,3 milhões de reais da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) para fazer o controle eletrônico das 49 instalações.
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O desespero é tanto que, na página da Diretoria de Inativos e Pensionistas da PM do Rio de Janeiro na internet, por exemplo, um alerta foi colocado em letras garrafais: “Inativos que queiram trabalhar na Olimpíada e Paralimpíada Rio 2016”. A primeira exigência é que os policiais estejam na reserva há no máximo cinco anos. O texto explica que os escolhidos teriam as mesmas condições de alojamento e remuneração dos agentes da Força Nacional, ou seja, uma diária de 550 reais. Os inativos, no entanto, não podem residir na capital ou na região metropolitana: “Os indicados devem possuir endereço residencial em municípios do interior”, diz o texto.
Outro fato curioso é que o texto da DIP explica que o pernoite será feito no mesmo alojamento da Força Nacional, que está em edifícios populares construídos na favela Gardênia Azul, em Jacarepaguá. Com um alerta: “Destaque-se que as condições de hospedagem não são ideais e eventualmente os recrutados podem precisar providenciar colchões e transporte para os locais de trabalho”. A alimentação também será por conta dos contratados.

Na terça-feira, o diretor de segurança do Comitê Organizador Rio-2016, Luiz Fernando Corrêa, já havia enviado um email para seus pares alertando para a possibilidade de um colapso em virtude da falta de condições da Artel em prestar o serviço para qual havia sido contratada. “A verdade é que não sabemos ao certo quantos pessoas a Artel conseguirá colocar. Então, estamos agora atrás desses 3 000 para garantir uma condição mínima dessa operação”, explica um integrante da Sesge, lembrando que a empresa deveria contar com 6 000 funcionários treinados para a operação do Mag & Bag.
Ainda não se sabe também se a contratação será feita pela Força Nacional ou pela própria Sesge. O que se sabe é que os policiais recrutados, assim que chegarem ao Rio, passarão por um treinamento intensivo para aprender a operar o sistema. Para um integrante da alta cúpula da Rio-2016, a melhor solução seria a mesma adotada em Londres-2012: “Eu jogaria no colo do exército. Em três dias eles colocam um pelotão aqui para resolver o problema”, diz. Na capital inglesa, quatro anos atrás, a empresa que faria este trabalho também se disse incapaz de realizar o serviço, que acabou sendo feito pelas Forças Armadas.
Outro problema que vem tentando ser contornado é em relação ao efetivo da Força Nacional. A previsão inicial da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos era de contar com 9 600 homens, mas muitos estados não enviaram. Minas Gerais, por exemplo, ficou de enviar 1 000 e enviou apenas 100 policiais. Na semana passada, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, conseguiu, junto ao governo de São Paulo, garantir o envio de 1 000 PMs paulistas. Com isso, o número da Força Nacional chegará próximo dos 6 000 durante os Jogos.
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