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Estrategista de Macron: Ouvir eleitor é melhor arma contra ‘fake news’

Guillaume Liegey, que atuou na campanha do atual presidente francês, fala ao colunista Ricardo Noblat sobre o combate às notícias falsas nas eleições

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h17 - Publicado em 24 abr 2018, 12h16

Quarto entrevistado a subir no palco do fórum Amarelas ao Vivo, o estrategista político francês Guillaume Liegey veio ao Brasil discutir seu case de maior sucesso: a campanha que levou um jovem de centro, Emmanuel Macron, a vencer as notícias falsas e se tornar presidente da França.

Para Liegey, o sucesso se explica por uma receita simples: ouvir os eleitores. “Se você quer combater, você precisa detectar. Saber o que os eleitores falam de você e da campanha. Se você ouvir, você está pronto para reagir a isso.” A estratégia utilizada no país europeu, que ele acredita que de algum modo pode ser reproduzida no Brasil, é arregimentar um grupo grande de voluntários para ir de casa em casa para entender a cabeça dos eleitores.

O critério é o mesmo, explica, para saber em quais temas vale a pena entrar e de quais acusações compensa se defender. Ele, que também foi voluntário na campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos em 2008, comentou a campanha democrata de 2004, com John Kerry. Ex-combatente de guerra, Kerry foi acusado de mentir sobre seu retrospecto militar e escolheu ignorar. “Nesse caso, ele errou, porque, como um herói de guerra, isso era central em sua campanha”, analisou o estrategista francês.

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Guillaume Liegey foi entrevistado pelo colunista Ricardo Noblat durante o evento, uma versão de palco para as tradicionais Páginas Amarelas de VEJA.

Ao longo da campanha vitoriosa, Macron deparou com algumas fake news que traziam acusações duras contra a sua conduta: foi acusado de receber dinheiro da Arábia Saudita, ter contas secretas em paraísos fiscais e até manter ligação com grupos terroristas islâmicos. Tudo foi desmentido — apesar de que algumas das lorotas chegaram a ser replicadas por sua então adversária, a deputada de extrema direita Marine Le Pen.

A mesma receita de critério sobre quais temas vale enfrentar foi aplicada, segundo ele, na campanha de Macron. A acusação de possuir dinheiro não declarado foi oficial e fortemente desmentida pelo então candidato. Já sobre a insinuação de que ele seria homossexual, um tema pouco importante para os franceses, bastou uma “boa piada”, sem entrar em maiores polêmicas.

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Entusiasta das redes sociais como ferramenta para a difusão de candidaturas que renovem o sistema político, Guillaume Liegey acompanha com especial atenção as eleições brasileiras de 2018. Ele diz identificar no Brasil muitos dos elementos da campanha francesa do ano passado. Sua dica para os pré-candidatos brasileiros é pensar em novas formas de fazer política e privilegiar a sua intenção de se apresentar como confiável.

Notícias falsas

O estrategista francês disse ser otimista com relação ao impacto das fake news. Para Liegey, o impacto das notícias falsas é quase que exclusivamente no grupo de pessoas que já pensam de determinada maneira ou apoiam um determinado candidato. Ele também avaliou que cresce o número de eleitores que pesquisam as informações que leem nas redes sociais.

Guillaume Liegey definiu quais são suas três dicas para candidatos nas redes sociais: recrutar o máximo de voluntários; ter uma equipe para reagir aos ataques e notícias falsas; e escutar atentamente seus eleitores. “A questão da campanha do Macron era fazer política de forma diferente, ser coerente com a proposta do candidato. Dá para ganhar uma campanha sem fake news.

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