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‘Fake news’ são uma questão de saúde pública, diz David Uip

Para infectologista, consequência mais grave de crença em notícia falsa é a interrupção de tratamentos, o que pode levar pacientes à morte

Por Leonardo Lellis Atualizado em 10 dez 2018, 09h17 - Publicado em 24 abr 2018, 15h55

Se uma informação falsa já é, por si só, capaz de produzir efeitos deletérios, a situação se agrava quando a notícia envolve saúde. O infectologista David Uip chamou a atenção para as consequências da proliferação de fake news na área durante o fórum Amarelas Ao Vivo, promovido por VEJA, nesta terça-feira, em São Paulo.

“Toda notícia falsa gera falsas esperanças, e muitas pessoas desacreditam no tratamento, deixando de tomar os medicamentos”, disse ao comentar sobre a gravidade das mentiras relacionadas à Aids, sua área de especialidade, em entrevista conduzida pela editora Adriana Dias Lopes. O resultado final dessa equação é a morte.

Secretário da Saúde de São Paulo até o começo deste mês, quando transmitiu o cargo que ocupava desde 2013, contou que as fake news também atrapalharam a campanha de vacinação de febre amarela em meio a um surto da doença, quando informações erradas sobre o imunizante afastaram o público dos postos de saúde. “Muita gente deixou de tomar a vacina da febre amarela baseada em informações incorretas.”

Para ele, a melhor prevenção para este mal é a transparência e informação verdadeira. Uip citou que prefere atender paciente que chegue ao seu consultório com alguma informação, ainda que não seja a mais adequada, pois tem a chance de indicar fontes confiáveis de informação.

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A editora de VEJA Adriana Dias Lopes entrevista o médico infectologista e ex-secretário estadual de saúde, David Uip, durante o fórum Amarelas ao Vivo – 24/04/2018Médico de celebridades e políticos, ele classificou como “bem sucedida” a forma como sua equipe lidou com a imprensa durante o tratamento de um câncer que vitimou o ex-governador Mario Covas (PSDB), morto em 2001. “Quando Covas percebeu a gravidade da doença. ele me chamou para ser o porta-voz do governo e da família. Tudo foi absolutamente transparente. Não negávamos uma informação”, lembrou, citando que chegou a morar em um quarto do lado do tucano pare cessar qualquer boato.

Ele compara o caso de Covas com o oposto do que aconteceu na cobertura da doença de Tancredo Neves. “Ele morreu no dia que foi anunciado, mas não tinha diverticulite. Ele tinha um tumor benigno que infectou.” Eram outros tempos, em que todos faziam silêncio em relação à doença do político mineiro, eleito para ser presidente do Brasil. “Dava desespero de ouvir o rádio, porque não era o paciente que eu havia deixado.”

Ele brinca ao dizer que também está sujeito a notícias falsas e lembra que cresceu ouvindo dizer que manga com leite dá congestão — o que não é verdade, mas até hoje evita a mistura: “Pegou”.

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