Otan convoca 90 mil soldados para maior treino militar desde Guerra Fria
Segundo comandante-geral da organização na Europa, Christopher Cavoli, objetivo é trabalhar em um cenário de um "ataque russo"
A Organização do Tratado do Atlântico Norte, a maior aliança militar ocidental, anunciou nesta quinta-feira, 18, que vai convocar 90.000 soldados para o maior exercício militar de países membros desde a Guerra Fria. Segundo o comandante-geral da organização na Europa, Christopher Cavoli, o objetivo é trabalhar em um cenário de um “ataque russo”.
Na segunda-feira, o Reino Unido já havia anunciado que, da sua parte, enviaria 20 mil soldados, bem como navios de guerra e aviões de combate, para toda a Europa, com foco na banda Oriental, em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Ao todo, segundo a Otan, os exercícios militares contarão com mais de 1.200 veículos de combate, segundo eles ao menos 50 navios e mais de 80 caças, helicópteros e drones. Sob o estatuto da aliança, um ataque a qualquer um dos países membros implica automaticamente em um resposta de tropas de todos os outros membros do grupo, que inclui Estados Unidos e outros 30 países do Ocidente.
Ameaça russa
A Otan aumentou o número de soldados prontas para o combate depois do presidente russo, Vladimir Putin, ordenar a invasão da Ucrânia há quase dois anos, e incrementou o apoio a Kiev em termos militares, econômicos e humanitários.
“Os nossos militares unirão forças com homólogos de 30 países da Otan, mais a Suécia, proporcionando uma garantia vital contra a ameaça de Putin”, disse o secretário da Defesa britânico, Grant Shapps, acrescentando que o Ocidente se encontra em uma “encruzilhada”.
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Shapps completou, segundo discurso divulgado pelo Ministério da Defesa: “Estamos em uma nova era e devemos estar preparados para dissuadir os nossos inimigos, preparados para liderar os nossos aliados e preparados para defender a nossa nação sempre que for necessário.”
De acordo com o secretário da Defesa britânico, o primeiro semestre deste ano verá os maiores exercícios militares da Otan desde a Guerra Fria – e também com o mais relevante destacamento de soldados do Reino Unido desde então.
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Na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou um aumento dos repasses à Ucrânia no próximo ano fiscal, para 2,5 bilhões de libras (R$ 15,5 bilhões). O montante é 200 milhões de libras (R$ 1,24 bilhão) maior que os dois anos anteriores.