Ex-ministro do México é preso nos EUA por receber propina de cartel
Genaro Garcia atuou no governo de Felipe Calderón, entre 2006 e 2012, e responde por proteger o tráfico de drogas
O ex-ministro de Segurança Pública mexicano Genaro Garcia foi preso nesta terça-feira, 10, no Texas, Estados Unidos, acusado de ter recebido milhões de dólares em propinas do cartel de Sinaloa, uma das mais poderosas organizações criminosas do México.
Garcia, que serviu como ministro entre 2006 e 2012, durante a Presidência de Felipe Calderón, estava na cidade de Dallas quando foi levado sob custódia.
Procuradores do Brooklyn, em Nova York, anunciaram em um comunicado os motivos para a prisão. Entre eles, está a constatação de que Garcia “recebeu milhões de dólares em propinas do cartel de Sinaloa em troca de prover proteção para as atividade de tráfico de drogas” da organização.
Garcia supervisionou as atividades do Exército mexicano contra os cartéis enquanto esteve à frente do ministério. A política de enfrentamento do governo de Calderón contra as organizações criminosas não surtiram efeito nem tampouco diminuíram sua influência.
No dia 15 de outubro, uma operação da Guarda Nacional — força criada pelo atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, para combater o tráfico de drogas — prendeu Ovidio Guzmán filho do líder do cartel de Sinaloa, El Chapo, com o objetivo de extraditá-lo aos Estados Unidos.
Entretanto, as forças de segurança enfrentaram resistência armada pelas ruas de Culiacán. Os combates deixaram oito mortos, 21 feridos, barricadas erguidas e veículos em chamas. Devido ao cenário caótico, a Guarda Nacional bateu em retirada da cidade e libertou Ovídio Gúzman, com o aval do presidente de Obrador, que classificou a retirada como “uma boa ação”.
El Chapo, de 62 anos, foi preso no México em janeiro 2016, durante o governo do ex-presidente Enrique Peña Nieto, e extraditado no ano seguinte para os Estados Unidos, onde cumpre pena de prisão perpétua por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Sua sentença foi definida por um tribunal também no Brooklyn.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou seu interesse em designar os carteis como grupos terroristas, em novembro, devido a um ataque contra uma família americana no México. O governo mexicano recusou a ideia reafirmando sua soberania sobre os assuntos interno no país.