Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Metalhead’ tem muita correria e pouco contexto

Primeiro episódio em preto e branco da quarta temporada de 'Black Mirror' é bonito e funciona bem como thriller, mas fraco no roteiro

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 dez 2017, 11h01 - Publicado em 30 dez 2017, 11h00

Dois homens e uma mulher chegam a um galpão e tentam roubar uma caixa cujo conteúdo não é mostrado. O plano é rapidamente frustrado quando eles são descobertos por um robô de quatro patas que se assemelha a um cachorro programado para destruir os humanos que vê pela frente. Em um cenário distópico e inabitado, uma frenética perseguição começa, com direito a armas improvisadas, cabeças voando pelos ares e corpos em profundo estado de decomposição. Metalhead é o episódio mais curto de Black Mirror, com cerca de 40 minutos, e também o mais fraco de toda a quarta temporada, disponibilizada na Netflix nesta sexta-feira.

Escrito por Charlie Brooker, o criador do seriado, e dirigido por David Slade, dos filmes Menina Má.Com e A Saga Crepúsculo: Eclipse e de séries como Hannibal e American Gods, o episódio totalmente em preto e branco é esteticamente bonito e bastante eficiente como thriller e terror. Durante seus quarenta minutos é difícil não roer as unhas de preocupação pela segurança da mulher que foge incessantemente do robô-cachorro, um equipamento impiedoso, frio, mortal. Ela está sozinha no meio do nada e não parece que vai receber qualquer ajuda – tudo o que ela tem é um walkie-talkie que não transmite nada compreensível. Além disso, a atuação de Maxine Peake como a fugitiva é excelente – ela fica sem falar por boa parte da história, e isso realmente não é necessário.

O problema do episódio é não oferecer ao espectador contexto suficiente para fazer com que ele se importe com o que está se passando na tela. A preocupação pela mulher é resultado mais do instinto – ela parece ser a oprimida e o cachorro, o opressor – do que de uma compreensão de suas razões e sentimentos. Quem é ela? O que ela está fazendo? O que havia na caixa? O que aconteceu com o mundo ao seu redor? Com quem ela fala ao walkie-talkie? Não há identificação do público com a personagem porque ele simplesmente não sabe quem ela é e nem se merece compaixão – é Black Mirror, afinal, e tudo pode mudar no último segundo em uma reviravolta. Quando a série finalmente entrega algumas respostas, elas, infelizmente, decepcionam.

Continua após a publicidade

 

Veja também:
‘USS Callister’ vai de sátira de ‘Star Trek’ a terror psicológico

‘Arkangel’, as neuras maternas no limite da obsessão

‘Crocodilo’, um thriller violento sobre memória e a frieza humana

‘Hang the DJ’, um belo romance com peculiar versão do Tinder

Black Museum: o melhor episódio da 4ª temporada de ‘Black Mirror’

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.