A pandemia do novo coronavírus fez com que os brasileiros passassem a ter um zelo maior pelas suas finanças, seja pela própria natureza da crise, que fechou negócios e postos de trabalho, ou pela janela de oportunidades que a pandemia abriu para algumas pessoas. Não é à toa que o setor de finanças foi o que teve melhor engajamento no Instagram durante o ano passado. Segundo a mLabs, plataforma de gerenciamento de mídias sociais no Brasil, as empresas desse setor foram as que tiveram o melhor desempenho na rede social, com crescimento de 35,97% na taxa de engajamento no fim do ano, em comparação com o primeiro trimestre.
Para a análise, foram consideradas curtidas, compartilhamentos, comentários, cliques e interações nos recursos do Instagram Stories de mais de 720 milhões de conteúdos.
O crescimento do interesse dos brasileiros com suas próprias contas está relacionado com alguns fenômenos importantes. No ano passado, o número de investidores pessoas físicas na B3 praticamente dobrou, crescendo 92%. Os novos investidores são reflexo, em grande parte, de uma taxa de juros baixa e que compromete os ganhos com fundos de renda fixa. Por outro lado, o pagamento de programas emergenciais, como o auxílio e o BEm, despertou a atenção daqueles que amargaram o ônus da crise.
“Ainda que o assunto saúde esteja em alta, podemos dizer que, nesse segmento, as pessoas absorvem o conteúdo por meio das notícias, ou seja, se torna uma mídia mais de consumo do que de interação”, analisa Rafael Kiso, fundador e CMO da mLabs. Outra tônica observada no período foi a de que alguns perfis que não necessariamente tinham foco em finanças passaram a abordar esse assunto, justamente pela dimensão que a temática ganhou na pandemia. “No caso de finanças, a interação foi maior porque cada pessoa tem sua própria realidade financeira. Essas dúvidas acabam representadas por perguntas e comentários que fortalecem as interações nos posts e aumentam o engajamento”.
Logo atrás das finanças, os conteúdos de saúde e celebridades também registraram crescimento no ano. Enquanto isso, as últimas posições do ranking foram ocupadas pelos segmentos de esporte e setor automotivo. Já no Facebook, o setor de bebidas liderou a classificação com folga, apresentando uma alta de 86,73% no engajamento. Ainda de acordo com a mLabs, a taxa de engajamento do Instagram é, em média, quatro vezes maior em relação ao Facebook.