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Sete fatores que explicam a alta do PIB em 2017

A agropecuária foi a que mais cresceu no ano, mas o desempenho de outros setores e condições favoráveis no ambiente interno e externo explicam a alta geral

Por Da redação
1 mar 2018, 16h35
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  • A agropecuária foi o setor que mais influenciou na alta de 1% no PIB em 2017. O desempenho da economia oficializou a saída do país da crise, apesar de o nível de atividade ainda estar baixo, e das incertezas sobre a manutenção do crescimento pelos próximos anos. Mas a participação agrícola na produção de riquezas do Brasil é pequena – menos de 5% do total. Além do bom desempenho no campo, outros fatores explicam a alta na produção como um todo:

    Safra recorde

    A produção de gêneros agrícolas teve alta de quase 30% na temporada 2016/2017 em comparação com o período anterior. Se em 2015/2016 o setor agrário teve problemas com estiagem, as chuvas vieram melhores neste ano. Como resultado, a produção de milho e soja subiram 55,4% e 19,4%, respectivamente, segundo cálculo do IBGE. A demanda externa também favoreceu o resultado. “Crescemos porque estamos tendo sorte: a economia mundial está subindo, e São Pedro ajudou”, diz o professor de economia do Insper, Otto Nogami.

    Inflação baixa

    A produção extra de alimentos fez com que os preços desses gêneros caísse. Isso tem bastante peso na inflação, já que os itens correspondem a quase 25% do gasto médio dos brasileiros. Como resultado, o IPCA fechou em 2,95%, abaixo da piso da meta estabelecida pelo governo e o menor valor para um ano desde 1998. Com menos perdas com a inflação, sobra mais dinheiro para as famílias gastarem.

    Contas inativas do FGTS e PIS/Pasep

    O governo alterou a regra de dois benefícios sociais, permitindo que trabalhadores sacassem um grande volume de recursos. Entre março e julho, os recursos contas do FGTS que não recebiam depósito desde 2015 puderam ser sacados. Como resultado, 44 bilhões de reais saíram dos cofres da Caixa para as mãos dos consumidores.

    O limite de idade para acessar os recursos das cotas do PIS e do Pasep caiu de 70 anos para 65 (homens) e 62 (mulheres), disponibilizando quase 16 bilhões de reais a partir de outubro para a economia. E muito dos recursos extras desses dois programas sociais virou consumo. “Sentimos um impulso maior do FGTS no PIB do segundo trimestre de 2017”, indica o diretor de macroeconomia do Ipea, José Ronaldo Júnior.

    Juros mais baixos

    Outro estímulo ao consumo no ano foi o ciclo de redução de juros promovido pelo Banco Central. Diante da perspectiva de inflação baixa, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, começou a afrouxar a Selic desde outubro de 2016. No ano passado, houve corte em todas as reuniões sobre o tema e a taxa básica de juros caiu de 13,75% para 7% ao ano (neste mês, passou a 6,75%.

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    Juros menores reduzem a atratividade dos títulos do Tesouro, e incentivam investimentos no setor produtivo. A bolsa de valores, por exemplo, iniciou uma tendência de alta e bateu recordes históricos de valorização. Outro impacto da Selic mais baixa é que as empresas gastam menos com empréstimos, ganhando fôlego para investir. Os juros médios cobrado das pessoas físicas também caíram, indo de 73,2% ao ano para 55,0% ao longo de 2017, segundo o BC.

    Recuperação de emprego

    Junto aos juros em queda, recursos extraordinários e o início de melhora no mercado de trabalho aumentaram a disposição das famílias em gastar. Esse item, que tem grande peso no resultado do PIB, subiu 1%.

    A taxa de desemprego fechou o ano em um nível alto (11,8%), e muitos brasileiros recorreram ao emprego informal ou por conta própria para garantir o sustento. Mas apesar do saldo negativo de vagas formais no ano (20.832), ele foi bem menor que em 2016 e 2015 (1,3 milhão e 1,5 milhão, respectivamente). A recuperação no emprego é tímida, mas ocorreu antes do previsto pelos economistas, o que incentiva o consumo. “Com o resgate da confiança, acaba se criando um alento, e as pessoas perdem o medo de consumir”, diz Nogami.

    Reação de investimentos

    O investimento caiu no último ano (1,8%), e esse tipo de gasto ficou no menor nível em relação ao PIB desde 1996. Mas o indicador começou a subir ao longo do ano. Entre os setores que tiveram recuperação nesse quesito está a indústria automobilística. Para Artur Passos, economista do Itaú Unibanco, mesmo o setor de construção civil, apesar de ter fechado o ano em queda (5%) mostrou sinais de reação. “Há aumento na produção de insumos para construção e no varejo desse setor. Minha avaliação é de que não é preciso reduzir toda a capacidade ociosa para o haver investimentos”, disse.

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    Ambiente externo favorável

    O cenário externo é de crescimento – a previsão do FMI é de que o PIB mundial tenha avançado 3,7% no último ano. Com a economia aquecida, aumenta a demanda por commodities como soja e minério de ferro, que o Brasil produz. A balança comercial teve um saldo positivo de 67 bilhões de dólares (217,2 bilhões de reais) no ano, o melhor resultado em 29 anos.

    Outro fator que favorece o Brasil em relação ao exterior é que, mesmo com a queda da Selic para seu menor nível histórico em fevereiro, os juros lá fora são mais baixos. Isso faz com que os investidores vejam no país melhor oportunidade de rendimento, trazendo recursos para cá.

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