Mulheres levam a melhor no primeiro Brit Awards sem distinção de gênero
Premiação limou categorias femininas e masculinas por prêmios para abraçar artistas não-binários; Adele foi a grande vencedora da noite
Na noite da terça-feira, 8, o Brit Awards inaugurou sua empreitada em entregar aos nomes mais badalados da música prêmios sem distinção de gênero. No primeiro ano com a nova política, as mulheres saíram na frente, com artistas solos femininas e grupos liderados por elas levando para casa 10 das 15 estatuetas entregues pela premiação.
Grande nome britânico do último ano, Adele foi a atração principal da noite e também sua maior vencedora: além de álbum e música do ano, com o disco 30 e o single Easy on Me, também foi coroada artista do ano — sem nenhuma surpresa, já que ela foi a salvadora das vendas de discos em 2021. No total, a cantora acumula na estante 12 estatuetas da premiação, e está a apenas uma de igualar o recorde de Robbie Williams, o artista mais celebrado do prêmio.
Em novembro, o Brit anunciou que, a partir de 2022, todos concorreriam juntos às estatueta de artista do ano e artista internacional, antes divididas por gênero. O prêmio internacional, inclusive, também foi para mãos femininas — Billie Eilish, melhor artista solo feminina internacional em 2020 e 2021, agora levou a estatueta de gênero neutro.
Para abarcar uma variedade maior de estilos, a academia ainda adicionou à premiação as categorias de rock/música alternativa, hip-hop/grime/rap, dance e pop/R&B, todas votadas pelo público. Os vencedores foram, respectivamente, Sam Fender, o rapper Dave, Becky Hill e Dua Lipa. Ed Sheeran, por sua vez, perdeu em tudo o que concorria, mas foi surpreendido com uma categoria especial batizada de compositor do ano, que é votada por um comitê independente.
A decisão de adotar uma premiação sem gênero veio depois que Sam Smith, pessoa não-binária, questionou o fato de sua identidade de gênero impedir a indicação nas categorias feminina e masculina. “Anseio pelo momento em que as premiações reflitam a sociedade em que vivemos,” proclamou na época. Adele, por sua vez, disse entender a mudança, mas aproveitou seu discurso para dizer que “ama ser mulher e uma artista feminina”.