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Por Paulo Cezar Caju
O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
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O Brasil não cuida bem dos ídolos, mas faço questão de reverenciar os meus

Pelo meu sorriso ao lado de Puskás nesta foto, fica evidente meu orgulho por ter conhecido tantas lendas do futebol

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 abr 2021, 11h52 - Publicado em 12 abr 2021, 11h20

Diariamente recebo fotos e recortes de jornais e revistas dos meus tempos de jogador. Algumas, inéditas para mim e outras que sempre adoro rever. O registro mais comentado da semana passada foi a que apareço com os húngaros László Kubala e Ferenc Puskás, e com o argentino Alfredo Di Stéfano. Pelo meu sorriso é fácil perceber o tamanho de minha felicidade. Cresci ouvindo meu pai, o velho Marinho, contando histórias sobre esses três craques.

Na Colômbia, pelo Junior de Barranquilla e ao lado de Heleno de Freitas, ele jogou contra Di Stéfano, no Milionários, e precisava chegar junto para acalmar a fera, considerado por muitos o maior jogador argentino de todos os tempos. Na verdade, também era necessário domar o temperamental Heleno, seu parceiro de time e que adorava uma confusão. Na década de 50, Kubala e Evaristo de Macedo, pelo Barcelona, realizaram duelos memoráveis contra o Real Madrid, de Di Stéfano e Puskás. Tempos maravilhosos! Cresci, fui campeão do Mundo e em 74 me transferi para o Olympique de Marseille.

Sempre li muito sobre a história do futebol e seus pioneiros. Tenho muito respeito por essa turma e os reverencio sempre que posso. Naquela época, um menino que visse Puskás em um bar com aquela barriguinha saliente acharia se tratar de apenas mais um chopeiro. É comum muitos gênios do futebol não serem conhecidos pelas novas gerações. O Brasil é tido como o país do futebol, mas não trata bem os seus ídolos. Vários e vários já foram barrados nas portas de seus clubes e no próprio Maracanã. Sem falar nos que morreram completamente desassistidos.

Na Europa, comecei a participar com regularidade de amistosos festivos e sempre fazia questão de me apresentar a esses lendários personagens do futebol. Poucos antes anos eu havia participado da despedida de Eusébio, o cracaço português, na verdade moçambicano. E em 1974, tive o orgulho de jogar entre esses três ídolos de minha infância, no jogo de despedida de George Theo. Graças a Deus, joguei com gigantes do futebol desde minha estreia no Botafogo. Em meu clube de coração joguei com Gerson, Jairzinho e Roberto Miranda. No Flamengo, com Rogério, no Flu, com Rivellino, Dirceuzinho e Marinho Chagas, e no Grêmio, com Mário Sérgio.

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Na década de 50, a Hungria revolucionou o futebol e goleava quem surgisse pela frente. Meu pai adoraria ter visto aquela cena, eu dividindo o campo com os homens que ele idolatrava: Kubala pela direita, Puskás, de meia-esquerda, Di Stéfano de centroavante e eu na ponta-esquerda. Vivi o futebol em sua essência e me perdoem se hoje pareço amargo comentando o que assisto. Depois de ouvir um comentarista falando que falta corpo de jogo para o time do Bragantino penetrar por dentro, hoje só quero olhar para essa foto, namorá-la e refletir, tentar entender onde o futebol se perdeu no caminho.

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