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Cientistas descobrem por que o stress pode causar envelhecimento precoce

Segundo pesquisa, estado de tensão prolongado diminui a quantidade de proteínas que protegem o genoma

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h03 - Publicado em 22 ago 2011, 18h39

Há tempos cientistas observam uma associação entre stress crônico e danos ao cromossomo. Sabe-se que o stress pode ser o responsável pelo envelhecimento precoce. Entretanto, pouco ainda se sabe sobre como processo acontece. Agora, pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram um dos mecanismos que ajudam a explicar a relação: a adrenalina, hormônio liberado quando uma pessoa é tomada pela tensão, pode diminuir a quantidade de uma proteína chamada P53, responsável por proteger o genoma.

Glossário

  1. P53 – Conhecido como gene supressor do tumor, tem como principal função a preservação da integridade do genoma. Sua relação com o câncer tem sido comprovada ao longo de inúmeros estudos. Mais da metade das pessoas com diversos tipos de câncer possui uma deficiência no gene P53. Em condições normais, essa proteína funciona como um sensor de danos ao cromossomo e mecanismo auxiliar no reparo do DNA.
  2. Receptores Acoplados à Proteína G – Principal grupo de proteínas responsáveis pela transmissão de sinais ou estímulos dentro da célula. Por meio delas, a célula ‘sente’ o ambiente externo (ligando-se a moléculas) e proteínas G, envolvidas na transmissão de sinais químicos dentro e fora das células. Uma cascata de processos é desencadeada, podendo envolver desde a metabolização de enzimas até a mobilidade celular.
  3. Cromossomos – Estruturas dentro das células encarregadas de armazenar proteínas e o material genético (DNA), que ditará todas as funções de um organismo.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores injetaram um composto semelhante à adrenalina em ratos. Agindo através de um receptor específico da célula (conhecido como beta adrenérgico, pertencente à classe de Receptores Acoplados à proteína G – veja glossário), a substância desencadeou processos que resultaram no acúmulo de danos ao DNA. “Isso pode nos dar uma explicação de como o stress crônico pode levar a uma variedade de distúrbios”, diz Robert J. Lefkowitz, professor de medicina e bioquímica na universidade e autor principal do artigo publicado no periódico científico Nature.

O surgimento de cabelos grisalhos pode ser uma questão puramente estética. Mas alguns processos biológicos, como a morte celular programada, desempenham um papel significativo no corpo: impedem que uma mutação seja passada adiante ou fazem com que a célula passe a se proliferar descontroladamente – o que pode levar ao câncer. “O estudo mostrou que o stress crônico acarreta diminuição prolongada dos níveis de P53”, afirma Makoto Hara, pesquisador envolvido no trabalho. “Levantamos a hipótese de que essa é a razão para irregularidades cromossômicas que encontramos nos ratos submetidos ao stress crônico.”

Os pesquisadores observaram que um mecanismo molecular pode ter associação com a degradação de P53: a atuação de outras proteínas, conhecidas como beta-arrestina, sobre os receptores celulares. Ratos sem beta-arrestina conseguiram ter o DNA preservado quando expostos ao stress crônico, porque seus níveis de proteína P53 permaneceram estáveis. A equipe agora planeja avaliar as respostas naturais dos animais ao stress para saber se há também acúmulo de dano no DNA.

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