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Senador promete doação milionária a Moro e, magoado, dá calote

Eduardo Girão havia se comprometido com R$ 5 milhões para a campanha - primeira parcela seria paga no dia em que o ex-juiz deixou o Podemos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 Maio 2022, 21h31

Na tentativa de evitar o naufrágio precoce da campanha de Sergio Moro ao Palácio do Planalto, o projeto presidencial do ex-juiz da Lava-Jato contou por meses com um discreto mecenas dentro do Podemos. Dono de um patrimônio declarado de mais de 36 milhões de reais, o senador cearense Eduardo Girão financiou secretamente duas viagens políticas de Moro – aos Estados Unidos e à Alemanha – e havia se comprometido com um passo ainda maior: o parlamentar prometeu doar 5 milhões de reais para a campanha. O pagamento da primeira das cinco parcelas para o caixa morista já tinha até data programada: 31 de março.

Neste dia, porém, sem avisar previamente nenhum dos senadores do partido, o ex-ministro da Justiça trocou a pequena legenda à qual tinha se filiado em novembro pelo União Brasil, consórcio formado pela fusão do DEM com o PSL e detentor do maior naco do fundo eleitoral – mais de 800 milhões de reais. Com a saída de Moro do partido, Girão se sentiu desobrigado do compromisso e nenhum centavo foi destinado ao projeto presidencial de Moro.

Para além do calote, uma sucessão de desacertos havia levado o presidenciável a abandonar o barco do Podemos. Após VEJA revelar, em março, que Girão havia financiado a viagem do ex-juiz à Alemanha para poupar o caixa geral da legenda, o parlamentar reclamou de ter de declarar no Imposto de Renda gastos com os deslocamentos. Em outras frentes, correligionários que o apoiavam publicamente trabalhavam como os maiores fomentadores de fogo amigo contra o ex-juiz, grandes empresários se recusaram a doar para a campanha, e a família de Moro acusava a cúpula da sigla de traí-lo nos estados e manter portas abertas para apoiadores bolsonaristas. Nenhum episódio foi tão devastador para o ex-ministro, no entanto, quanto uma reunião com caciques da agremiação no final de março em que ele se considerou definitivamente rifado pelos aliados.

No encontro Sergio Moro ouviu que sua presença no Podemos repelia alianças estaduais para as eleições de outubro, inviabilizava a formação de palanques competitivos, estimulava desafetos a procurarem siglas concorrentes e comprometia a própria sobrevivência do partido, que projetava eleger 23 deputados federais mas, sob a sombra do ex-juiz, temia acabar dizimado. Na troca de farpas, sobraram impropérios dos senadores presentes contra a coordenação da pré-campanha de Moro. O ex-juiz tampouco engoliu calado e hoje considera que as discussões daquele dia foram cruciais para seu desembarque da legenda. Procurado, o senador Eduardo Girão disse que as doações são “um assunto já vencido” e afirmou que “especulações em relação a eventuais doações para o partido não levam a nada”.

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