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PF indicia Rossi por fraude e formação de quadrilha

Ex-ministro da Agricultura negou acusações em depoimento, mas investigação encontrou evidências de ação criminosa para desvio de 2,72 milhões de reais

Por Da Redação
5 nov 2011, 07h56

A Polícia Federal indiciou na sexta-feira criminalmente o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi por formação de quadrilha, peculato e fraude à Lei de Licitações. Durante duas horas, Rossi foi interrogado pelo delegado Leo Garrido de Salles Meira, que conduz inquérito sobre o desvio de 2,72 milhões de reais do Programa Anual de Educação Continuada (PAEC) para capacitação de servidores do ministério.

O ex-ministro negou envolvimento nas irregularidades. A PF atribui a Rossi o papel de “líder de organização criminosa enraizada no seio do Ministério da Agricultura”. Rossi disse que ministro não tem atribuição para acompanhar processos de licitação. Segundo ele, ministro tem “posição política, papel estratégico”.

Rossi foi o quarto ministro do governo Dilma Rousseff que perdeu o cargo. Ele caiu em agosto, mergulhado em uma sucessão de denúncias envolvendo sua gestão em tráfico de influência, falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e distribuição de propinas a funcionários que teriam participado do procedimento administrativo que ensejou a contratação da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP.

Em 31 de outubro, o jornal O Estado de S.Paulo havia informado detalhes do relatório da PF que descreve o modus operandi de Rossi, apontado como “líder da organização criminosa” que teria arquitetado fraude no Paec. Segundo o relatório, a investigação descobriu “verdadeira organização criminosa enraizada no seio do Ministério da Agricultura”. A PF sustenta que “os investigados, muitos travestidos de servidores públicos, atuavam no âmbito de uma estrutura complexa e bem definida, agindo com o firme propósito de desviar recursos da União”.

Lobista – O relatório é subscrito pelo delegado Leo Garrido de Salles Meira. Além do ex-ministro, ele decidiu indiciar outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete Milton Elias Ortolan. A PF confirmou reportagem de VEJA, que revelou que o lobista Júlio César Fróes Fialho detinha poderes excepcionais no ministério, embora não tivesse vínculo formal com a pasta.

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“Toda a trama inicia-se com a associação do lobista com a cúpula do Ministério da Agricultura”, assinala a PF. “O plano consistiria em direcionar a execução do programa de capacitação de servidores para determinada instituição de ensino, da qual seria exigida vultosa quantia.” A PF destaca que Rossi, Ortolan e Fróes “dando prosseguimento à trama delituosa, associaram-se a dois professores da PUC”.

O lobista teria exigido contrapartida de 28% do valor bruto do contrato. Segundo a PF, “a organização criminosa, quando se viu compelida pela consultoria jurídica a efetivar uma pesquisa de preço para dar respaldo à contratação da PUC-SP por dispensa de licitação, passou a forjar diversos documentos”.

Para a PF, os gestores da Fundasp “foram ludibriados”. O plano falhou quando a servidora Joana Luiza Gonçalves da Silva exigiu apresentação de notas fiscais, o que teria provocado intervenção direta de Rossi.

(Com Agência Estado)

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