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GSI enfrentará nova batalha com projeto sobre segurança cibernética

Órgão vinculado à Presidência e composto na sua maioria por militares quer apresentar no primeiro semestre projeto que cria agência para evitar ciberataques

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jan 2024, 22h01

Uma das últimas decisões do presidente Lula em 2023, o decreto que estabelece a criação de uma política específica para a segurança cibernética, além da formação de um comitê para discutir as balizas da medida, foi visto como uma vitória do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O órgão, vinculado à Presidência da República e formado na sua maioria por militares, encampou a medida a partir de maio, mas enfrentava, ao mesmo tempo, uma série de suspeitas inclusive dentro do governo, o que acarretou no esvaziamento de algumas de suas funções.

O aval do presidente, porém, é apenas a primeira parte da batalha do GSI. O objetivo principal é que a medida impulsione a criação de uma Agência Nacional de Segurança Cibernética, destinada a estabelecer condições e regramentos de proteção virtual. O gabinete já tem um esboço de um projeto de lei para a criação dessa agência, mas a ideia é que os detalhes sejam definidos pelo comitê que foi estabelecido pelo decreto – formado por representantes de diversos ministérios, do Banco Central, da Anatel, do Comitê Gestor da Internet e da sociedade civil, acadêmica e empresarial, e presidido pelo GSI.

Para sair do papel, portanto, a agência depende do aval do Congresso. A dificuldade principal é o convencimento dos parlamentares e também do Ministério da Fazenda de que a medida é necessária, já que ela acarreta aumento de despesas num momento em que se busca o contrário. Em meados do ano, chegou-se a aventar a possibilidade de taxação de usuários de internet para manter a estrutura. Mas, em meio a críticas, a medida acabou descartada.

Também pesa o fato de a criação da agência ser encabeçada por um órgão majoritariamente militar – desde o início do governo, o GSI é alvo de desconfianças inclusive entre os auxiliares palacianos e passou por uma “limpa” após ordem do presidente da República.

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Há, ainda, o desafio de blindar a proposta de disputas políticas e ideológicas: parlamentares de oposição afirmam temer que a medida poderia representar algum tipo de controle ou censura, e, por isso, tendem a impor resistência ao projeto.

Escopo limitado

Para rebater essas acusações, o chefe do GSI, Marcos Antônio Amaro, tem se dedicado a evitar que misturem o escopo do projeto com outras medidas também encampadas pelo governo, como a proposta que estipula punições para quem espalha notícias falsas e que regulamenta as redes sociais.

Segundo o ministro, a agência não atingiria o negócio das big techs nem o conteúdo que será publicado, e sim estipula regras de segurança e de proteção da privacidade – o que poderia minimizar as chances, por exemplo, de um ataque hacker, a exemplo do que aconteceu com a primeira-dama Janja em dezembro. Ele pondera, por outro lado, que há de se diferenciar as responsabilizações e inclusive haver maior dedicação à conscientização dos usuários, de modo a evitar que sejam negligentes com suas senhas.

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Amaro também ressalta os prejuízos bilionários provocados pelas invasões, a exemplo de ataques a sistemas bancários e ao INSS, como aconteceu no ano passado, para justificar a importância da criação dessa agência e de um reforço da proteção do mundo cibernético.

Após ser definido pelo comitê de cibersegurança, o texto que prevê a criação da agência deve ser encaminhado para a Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo, formada por 13 ministros, com a participação, também, dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

A ideia é que o projeto de lei seja concluído e enviado ao Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.

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