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Em eleição polarizada, país vai às urnas para escolher seu 38º presidente

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) devem ir ao segundo turno; eleitor também vota para governador, senadores e deputados federais e estaduais

Por Da redação
Atualizado em 7 out 2018, 17h58 - Publicado em 7 out 2018, 00h49
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  • A oitava eleição nacional após a redemocratização do Brasil ocorre neste domingo, 7, com 147 milhões de brasileiros aptos a votar e 27.106 candidatos. Em 5.570 municípios do país, os eleitores têm até as 17h, nos horários locais, para escolher o 38º presidente da República, além de governadores de 26 estados e do Distrito Federal, 513 deputados, 54 senadores e 1.059 deputados estaduais.

    O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas, chegou para votar às 8h56 acompanhado do filho Flávio. Ele estava escoltado pela Polícia Federal e também contou com apoio da segurança militar. O candidato saiu caminhando do carro e, depois de passar pela urna, afirmou que recebeu apoio de importantes setores da sociedade, como empresários, ruralistas, lideranças evangélicas, e “pessoas do bem”. “Não queremos o modelo da Venezuela, precisamos nos afastar do socialismo”, afirmou. O deputado disse também que pretende ir a debates “se houver segundo turno”, enfatizou. Ele está confiante na vitória em primeiro turno. “Dia 28 é praia”, disse em referência à data da segunda etapa do pleito.

    Fernando Haddad, candidato ao Planalto pelo PT, votou por volta das 9h45 na Brazilian International School (BIS), escola particular na Zona Sul da cidade de São Paulo. Após a votação, o petista pediu a “ampliação” da aliança em torno do seu nome em um eventual segundo turno contra o “risco desnecessário de perder as conquistas dos últimos trinta anos”, em referência ao período da redemocratização brasileira. Haddad estava acompanhado da esposa, Ana Estela, e dos candidatos petistas ao Senado em São Paulo, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto. Do lado de fora, os vizinhos à escola batiam panela. De outro, os militantes petistas entoavam um grito de ordem: “Bate panela, pode bater, quem tira o povo da miséria é o PT”.

    Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, votou por volta das 9h15 levando consigo a neta Maria Clara. Ele chegou à seção eleitoral no centro de Fortaleza acompanhado do governador Camilo Santana (PT-CE), de seu irmão Cid Gomes, candidato ao Senado pelo PDT, e da sua mulher, Giselle Bezerra. O candidato disse, em tom de brincadeira, que na Nova Zelândia e na Austrália, onde o pleito já ocorreu, por causa do fuso horário, ele ficou em segundo lugar.

    O candidato do PSDB, Geraldo Alckminchegou ao local de votação — no colégio Santo Américo, na Zona Sul de São Paulo —  em uma van, por volta das 10h30. O tucano disse a jornalistas após votar que está “confiante”, apesar dos seus 8% de intenções de voto válido apontados nas pesquisas Ibope e Datafolha neste sábado (6). “Estávamos ali embolados em terceiro lugar, vamos aguardar”, declarou.

    Entre os presidenciáveis, já votaram também Marina Silva (Rede), João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), Cabo Daciolo (Patriota), Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL).

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    A primeira eleição geral no Brasil com redução do tempo de campanha de noventa para 45 dias, proibição de doações de empresas, horário eleitoral mais enxuto e cláusula de barreira para os partidos, entre outras novas regras eleitorais, tem treze candidatos à Presidência da República, o maior número desde o pleito de 1989, quando havia 22 presidenciáveis.

    A disputa presidencial deste ano teve quebrada a polarização entre tucanos e petistas, que marcou as últimas seis disputas pelo Palácio do Planalto. Pesquisas de intenção de voto indicam a liderança do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e que ele tomou boa parte dos eleitores de direita e centro-direita, antes fidelizados ao PSDB. Bolsonaro tem 41% das intenções de votos válidos no Ibope e 40% no Datafolha, divulgados neste sábado, 6. Alckmin chegou a, no máximo, 10% nas pesquisas.

    Embora tenha seu maior líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso por corrupção pela Operação Lava Jato, o PT, ainda conforme Datafolha e Ibope, manteve a preferência da maioria do eleitorado de esquerda e centro-esquerda.

    Ungido como “representante” de Lula nas urnas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura do ex-presidente com base na Lei da Ficha Limpa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad avançou rapidamente sobre eleitores que pretendiam votar em Marina Silva (Rede), que começou a campanha com 16% das intenções de voto e marcou 3% nas pesquisas mais recentes, e em Ciro Gomes (PDT), que não passou de 13% nos levantamentos. O petista tem 25% das intenções de votos válidos no Datafolha e no Ibope deste sábado.

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    A pulverização do centro em seis candidaturas pouco competitivas, esvaziadas à direita e à esquerda por Bolsonaro e Haddad nos levantamentos eleitorais, favoreceu a radicalização da campanha nos extremos, cenário que resultou em um atentado contra o candidato do PSL, esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro.

    A divisão é tamanha que, apesar das intenções de voto favoráveis no primeiro turno, o capitão reformado e o ex-prefeito paulistano são os mais rejeitados pelos brasileiros. Segundo o Datafolha, 44% dos eleitores responderam que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, número que é de 43% no Ibope. Haddad é rejeitado por 41% no Datafolha e 36% no Ibope. No provável segundo turno entre os dois, portanto, boa parte do eleitorado deve decidir por aquele que avalia ser o “menos pior”, o mal menor.

    Diante da cristalização dos números das pesquisas, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) recalibraram suas estratégias de campanha e passaram a pregar contra os extremos, cada um tentando encarnar uma terceira via — ao que tudo indica, sem sucesso.

    Além de PT e PSDB, que venceram todas as eleições desde 1994, PSL, PDT e Rede Sustentabilidade, o pleito presidencial de 2018 tem um candidato do MDB após 24 anos, um do PSOL, que vem lançando candidatos à Presidência em todos os pleitos desde 2006, e representantes dos nanicos PPL e PSTU, além de partidos que aderiram à tendência de abolir siglas no nome: Podemos, Novo, Democracia Cristã e Patriota.

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    Os primeiros números de apuração de votos da eleição presidencial serão conhecidos após as 19 horas do horário de Brasília, quando a votação termina no Acre.

    Pesquisas

    Levantamentos divulgados pelos institutos Ibope e Datafolha indicam que o próximo presidente do Brasil será definido no segundo turno entre Bolsonaro e Haddad.

    Segundo o Ibope, o candidato do Exército possui 41% das intenções de votos válidos, enquanto seu rival petista tem 25%. Já de acordo com o Datafolha, Bolsonaro tem 40% contra 25% de Haddad.

    Veja os números:

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