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De volta ao Senado, Delcídio pede desculpas e diz: ‘Agi a mando’

Ex-líder do governo no Senado é alvo de processo de cassação na Casa por quebra do decoro parlamentar. Delcídio foi preso em novembro de 2015 após gravações mostrarem que ele negociou o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró

Por Da Redação 9 Maio 2016, 19h14

O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) voltou ao Senado nesta segunda-feira pela primeira vez depois de ser preso por obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Delcídio foi ouvido na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa, que iria votar o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), favorável à cassação do ex-petista, e decidir pelo encaminhamento do processo ao plenário. Diante de seus pares, Delcídio reiterou o conteúdo de sua delação premiada e afirmou que agiu “a mando” ao negociar a compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

“Admito meu erro e peço perdão por isso”, disse o ex-líder do governo no Senado, que argumenta não ter cometido faltas graves o bastante para perder o mandato. “Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior. Estou sendo acusado de obstrução de Justiça”, lembrou Delcídio, que se emocionou ao citar a família e reclamou da velocidade com que o processo correu no Conselho de Ética do Senado. Apesar de ter citado o ex-presidente Lula como o mandante da negociação, em entrevista a VEJA, o senador não mencionou o petista em sua fala na CCJ nesta segunda-feira.

Embora não tenha comparecido às sessões do conselho em que poderia se defender – Delcídio apresentou cinco atestados médicos -, ele afirmou que não teve acesso “nem ao processo inicial nem ao aditamento da denúncia”, feito pela Procuradoria-Geral da República na semana passada. Baseado na delação premiada de Delcídio, o aditamento trouxe denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Lula e o pecuarista José Carlos Bumlai. “Não sabemos sequer o que diz esse aditamento”, reclamou Delcídio.

Sobre a gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, que o levou à prisão, Delcídio afirmou que conhece o rapaz “desde pequeno” e classificou o mirabolante plano de fuga que traçou para o ex-diretor da Petrobras como uma “fala absurda e inconsequente”.

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Delcídio antes de Dilma – Após a manifestação de Delcídio, os senadores não votaram o relatório de Ricardo Ferraço e passaram a discutir um requerimento do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) para que a PGR encaminhe à CCJ os autos do aditamento da denúncia contra o senador. “Não há como votar o relatório sem votar o requerimento de acesso ao aditamento”, disse o advogado de Delcídio, Antonio Figueiredo Basto. Por “prudência”, Ferraço apoiou o requerimento de Nunes, que acabou aprovado.

Com a medida, o processo de cassação de Delcídio do Amaral fica suspenso e pode voltar à estaca zero com os novos elementos a ser remetidos pela PGR. Após o encerramento da sessão na CCJ, o relator do processo no Conselho de Ética, senador Telmário Mota (PDT-RR), contrário ao requerimento de Aloysio Nunes, levou ao plenário da Casa a discussão sobre a cassação do senador.

Também contrário à decisão da CCJ, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alegou que não cabe à comissão produzir provas e afirmou que só colocará o impeachment da presidente Dilma Rousseff em votação no plenário da Casa depois de os senadores apreciarem a cassação de Delcídio.

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