Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alvo de inquérito, diretor prepara sequência de filme sobre filha de Moro

Alexandre Lydia diz que investigação ordenada pelo ministro da Justiça o motivou a transformar o curta-metragem 'Operação Lula Livre' em uma série

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 25 set 2019, 20h17 - Publicado em 25 set 2019, 18h19

O diretor Alexandre Barata Lydia recebeu ameaças de morte e se tornou alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) após produzir um curta-metragem de ficção em que retratava o sequestro da filha do ministro da Justiça, Sergio Moro, em troca da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, com um advogado contratado, Lydia diz que a polêmica em torno do filme o inspirou a trabalhar em uma sequência. Ele planeja filmar um segundo curta-metragem em outubro para divulgá-lo em 15 de novembro, dia da Proclamação da República.

O primeiro curta-metragem, intitulado Operação Lula Livre, contava a história de um casal de guerrilheiros que sequestra a filha do ministro “Célio Mauro” para exigir a liberdade do ex-presidente “Luiz Jararaca da Silva”. Moro tem um casal de filhos adolescentes. À PF, ele solicitou uma investigação para apurar se Lydia praticou ameaça e apologia ao crime.

Após a abertura do inquérito, Lydia afirmou a VEJA que estava “apavorado” com a devassa que a PF poderia fazer em sua vida. Vinte dias após a primeira conversa, o diretor disse que não recebeu nenhum contato oficial dos investigadores.

Continua após a publicidade

Lydia é defendido pelo advogado Reinaldo Santos de Almeida. Ele estuda quais medidas tomará contra pessoas que enviaram ameaças a sua família em redes sociais. Em uma das mensagens, um homem chega a citar os nomes dos três filhos de Lydia. “Vamos fazer um filme com eles também, só que será bem real. Comédia é o que vai acontecer com os seus filhos”, diz o texto. O diretor afirma que alterou o número de seus telefones após receber ligações ameaçadoras.

A exposição na internet fez com que a atriz Paula Muricy, que interpretou a filha de Moro no curta-metragem, desistisse de participar da sequência do filme. Ela será substituída por Carol Marques. Já os atores que fizeram o papel dos guerrilheiros estarão mais uma vez na produção, dessa vez como o ex-juiz Moro e sua mulher.

O próximo filme de Lydia mostrará a filha de Moro retornando para casa após o sequestro. O roteiro é inspirado na teoria da conspiração que coloca o ex-juiz como um agente da CIA (o serviço secreto dos EUA) que tinha a missão de interferir na eleição brasileira ao prender o ex-presidente Lula. Ao descobrir a trama, a filha de Moro denuncia o próprio pai à imprensa e adere à campanha pela liberdade do petista.

“Eles não têm nada legal contra mim a partir do filme. Se queriam me intimidar, conseguiram o efeito contrário”, disse Lydia, que promete trabalhar nos roteiros de mais dois curtas-metragens de temática crítica ao governo Bolsonaro.

O diretor havia retirado o curta-metragem do YouTube, mas decidiu publicá-lo novamente após se consultar com seu advogado. O filme tem mais de 220 mil visualizações, com 1,5 mil reações positivas e 20 mil manifestações negativas. Segundo a descrição do vídeo, a produção ridiculariza e repudia a luta armada.

Continua após a publicidade

Procurada, a PF informou que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. O Ministério da Justiça não respondeu aos questionamentos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.